PNS fala mais depressa do que pensa, ao anunciar medidas que copiou de outros partidos, como chamar os professores aposentados para suprir a falta de docentes no sistema de ensino público e compensar os agentes de segurança da PSP e da GNR, discriminados face aos PJs e aos das secretas, depois de Carneiro e Costa os terem ameaçado disciplinarmente. No primeiro caso, o da saga dos professores, registe-se que o PS chumbou a recuperação integral do tempo de serviço dos professores propostas pelo BE, CH, Livre e PCP.
PNS fala tão depressa que quer combater a “emergência climática” e não a crise climática. Fala do António Arnaut neto como se fosse o avô, o verdadeiro mentor do SNS, sem referir que AA, em 2017, escreveu sobre a crise do sistema público de saúde em Portugal, conjuntamente com o médico João Semedo, nas palavras deste uma crise que não era de crescimento, mas de degenerescência do próprio serviço.
PNS quer combater as alterações climáticas, mas insiste na construção de um novo aeroporto de Lisboa e coloca o ónus da tal emergência climática nos ombros dos cidadãos que necessitam todos os dias do automóvel para trabalhar num país em que a ferrovia, como mobilidade alternativa amiga do ambiente, é ainda uma miragem.
Recorda o autor destas linhas que, em certo dia do ano de 2022, vindo de Lisboa para o Porto, teve que sair do comboio (energia elétrica) em Aveiro para fazer o transbordo de camioneta (combustível fóssil) até Campanhã, sem qualquer explicação por parte da CP, quando o Ministro das Infraestruturas (e da Habitação) era precisamente o PNS.
O “Portugal inteiro” que quer o PNS é um país de solidariedade, de inclusão, de justiça social e de prosperidade?
Até pode ser que sim e que o candidato a Primeiro-Ministro no dia 10 de março esteja de boa fé, mas “inteiro” não será com certeza o País com a bipolarização entre a esquerda e a direita que os partidos (do latim partitus, partir, dividir) do arco governativo, sobretudo o PS e o PSD, criam nos cidadãos.
Na mente dos líderes dos dois maiores partidos do nosso sistema político, em alternativa ao espartilho ideológico só se for o “extremismo do centro” a que alude Manuel Maria Carrilho no seu último livro.