Assisti com estupefação aos acontecimentos políticos da última semana e às suas consequências.
Na sequência do Conselho de Estado, o Presidente da República aceitou a demissão do Primeiro Ministro, vai dissolver a Assembleia da República e convocar eleições.
Mas só depois de aprovado o Orçamento de Estado. Porquê? Não há condições políticas para a continuidade do governo, pelo que só devolvendo a palavra ao povo se pode resolver a crise política.
Não sendo jurista nem constitucionalista, pergunto: em que norma da Constituição se fundamenta a decisão do Presidente da República?
Após a mais recente comunicação ao país do Primeiro Ministro percebo porque é que António Costa se quer manter no poder.
Para condicionar a justiça e lançar medidas eleitoralistas para influenciar o processo eleitoral de 10 de março.
Até às eleições vamos assistir a uma caça ao voto, dando tudo a todos, fazendo lembrar os extraordinários aumentos salariais de José Sócrates em véspera das eleições de 2009, que levaram o país à bancarrota e à chamada da troika.
Portugal não é uma República das bananas e isto não pode ser assim. Temos leis, regras e uma Constituição da República.
Por isso apelo ao Presidente da República para demitir imediatamente o Governo e dissolver a Assembleia da República.
A falta de Orçamento de Estado aprovado não é um drama. Longe disso. Drama será mais de 4 meses de um Governo “zombie”, apenas preocupado em manter o PS no poder.