De acordo com a Bíblia, o Livro Sagrado de judeus e cristãos, há muitos, muitos anos, algures entre 1406 e 1446 a.C., Deus ordenou a Moisés que instruísse Israel acerca das práticas ilícitas associadas ao sexo e à família:
Não descobrirás a nudez de teu pai e de tua mãe, da mulher de teu pai, da tua irmã, filha de teu pai, ou filha de tua mãe, nascida em casa, ou fora de casa, da filha do teu filho, ou da filha de tua filha, da filha da mulher de teu pai, gerada de teu pai (ela é tua irmã), da irmã de teu pai, da irmã de tua mãe, do irmão de teu pai, de tua nora, da mulher de teu irmão, de uma mulher e da sua filha, a filha de teu filho, nem a filha de tua filha, […] E não tomarás uma mulher juntamente com sua irmã […] Nem te deitarás com a mulher de teu próximo para cópula[…] Nem te deitarás com um animal, nem a mulher se porá perante um animal, […] Porque todas estas abominações fizeram os homens desta terra, que nela estavam antes de vós; e a terra foi contaminada. (Levítico 18)
Como se pode ler, o povo israelita foi instruído a não seguir o comportamento sexual das nações vizinhas, que, além da prática do incesto, do adultério e da bestialidade/zoofilia, aceitavam uniões proibidas por Deus, como o casamento entre parentes próximos e a homossexualidade, desde que ambas as partes consentissem.
Hoje, numa sociedade que se gaba de ser pós-cristã, muitas pessoas rejeitam essa visão sobre a sexualidade. Criadores de séries, filmes, reality shows, programas da manhã e da tarde e até de guias, guiões e manuais com directrizes para o ensino escolar – para crianças, adolescentes e jovens – estão empenhados em convencer-nos a todos de que «se houver amor» vale tudo e um par de botas. É como se, finalmente, a humanidade tivesse visto a «luz», se libertasse da escravidão dos tabus sexuais e despertasse para as maravilhas da libertinagem, ups, desculpe, «liberdade» sexual.
Um exemplo do que afirmo é o conteúdo que fazia parte do antigo Caderno PRESSE (2011), que, no guião para o 1º ciclo (6 a 10 anos) instruía os docentes a transmitirem às crianças, aos nossos filhos e netos, alguns comportamentos sexuais da antiguidade:
Pré-história (há dez mil anos)
Comportamento sexual liberal:
Em tribos que caçavam, a bissexualidade era comum. A virgindade feminina era pouco valorizada. As pessoas tinham liberdade para escolher os seus parceiros.
Surgimento da agricultura: Comportamento sexual: relativamente restritivo.
Com a agricultura, surge o acúmulo de riqueza (especialmente em terras) e a herança. Os pais passam a controlar a vida sexual dos filhos, e especialmente as mulheres passam a ser moeda de troca entre famílias. Diminui a liberdade para escolher parceiros e surge a valorização da virgindade feminina.
2.400 AC: A palavra suméria para prostituta aparece na primeira lista conhecida de profissões humanas. Com as trocas económicas, torna-se viável a venda do sexo.
Antiguidade clássica (800 a.C. – 476 d.C.):
Comportamento sexual: relativamente restritivo.
A virgindade continua valorizada e os pais influem nos casamentos, mas há grande tolerância com a homossexualidade, especialmente na Grécia (mas também em Roma) e com as representações sexuais.
500 a.C. Surge na região de Mileto, no continente grego, uma fábrica de pénis artificiais de madeira e couro almofadado.
100 d.C. No auge do Império Romano, era comum que famílias tivessem, nas suas casas, representações sexuais explícitas.
138 d.C. Morre o imperador Adriano que, mesmo casado, tinha uma relação homossexual com um adolescente.
Na idade média: (476 d.C. – 1453 d.C.):
Comportamento sexual: diversificado
Se o fortalecimento do cristianismo aumenta a quantidade de tabus sexuais na Europa, no mundo islâmico, mais urbanizado, o sexo era visto com mais naturalidade.
Mundo cristão
Século VII: As actividades homossexuais caem na clandestinidade. Cresce a repressão à actividade sexual pelo prazer.
Século XI: Timidamente, cidades começam a ressurgir na Europa, gerando um gradativo aumento na tolerância com relação ao sexo.
Mundo Islâmico
Século VII: O islamismo espalha-se rapidamente. […] Os tabus com relação ao sexo são bem menores do que os cristãos.
Século XIX: São escritas histórias das «Mil e uma noites», com contos de infidelidade e sexo. A homossexualidade não é condenada, é vista até como maneira de combater o tédio.
Ano 1111: Morre o teólogo islâmico Al-Ghazali, que defende que as mulheres tinham direito à satisfação sexual. «Antes de ejacular o marido deve aguardar que a esposa chegue ao orgasmo».
Continuo a ter muitas dificuldades em entender qual é com a motivação de adultos em despertar crianças, neste caso dos 6 aos 10 anos, para toda a sorte de perversões sexuais antigas ou modernas. Como é que os pais aceitam que outros adultos tenham este tipo de conversa com os seus filhos? A quem é que isso interessa?
Não tenho dúvidas de que estamos diante de um manual que pretende sexualizar as crianças e, claro, afastá-las do cristianismo. Algumas práticas sexuais, começadas por uma das letras da sigla lgbt+, já faziam parte do aprendizado das criancinhas e eram apresentadas como algo libertador e apetecível. Era tudo maravilhoso antes do cristianismo, até o adultério e a pedofilia praticados pelo imperador Adriano. Aliás, o Islão é que era fixe! Lá, sim, as mulheres eram de facto livres e a poligamia era o must. Mas… Se havia «regras para restringir o comportamento sexual das mulheres e a virgindade delas era valorizada», como é que «os tabus com relação ao sexo eram bem menores do que os dos cristãos»? Castrador e opressor, era cada mulher ter o seu marido e cada homem a sua esposa. E os artefactos sexuais expostos nas casas? Os pénis almofadados? Isso é que fazia as delícias da criançada, não era? Imagina os seus filhos a brincar com artefactos sexuais e pénis de couro almofadado?
A virgindade é opressora. A promiscuidade sexual, a bissexualidade e a homossexualidade, essas sim, são expressões de prazer e de liberdade, a prostituição é uma profissão como outra qualquer e ter relações sexuais com pessoas do mesmo sexo é «uma maneira de combater o tédio». Mas, eis que neste oásis de devassidão moral surge o «malvado» do cristianismo e acaba com a alegria e com o prazer de toda a gente.
Sim. Pai, mãe, se é cristão, fique a saber que tudo o que ensina aos seus filhos acerca da fé cristã, do pudor, da pureza e da imoralidade sexual, é desconstruído, ridicularizado e diabolizado na escola, e que o adultério, a pedofilia, a homossexualidade, o lesbianismo e a bissexualidade são as únicas actividades sexuais que dão prazer e, por isso, foram reprimidas pelo cristianismo. Que tragédia. Como alguém escreveu:
«A anarquia sexual assumiu formas extremas e espalhou-se por grande parte da população. Lado a lado com o aumento da perversão sexual, uma vergonhosa promiscuidade sexual também aumentou muito. A educação de membros da mesma família, como relações entre pai e filha […] filho e mãe […] já não são desconhecidos. Os autores [contemporâneos] enfatizam de forma especial casos como o relacionamento sexual de um homem com duas irmãs ou com mãe e filha. O adultério, o estupro e a prostituição aumentaram significativamente. O «amor homossexual» passou a fazer parte do costume das pessoas. Os autores contemporâneos parecem deleitar-se sadicamente ao enumerar uma infinidade de torpezas e perversões sexuais. Descrevem todas as aberrações do erotismo mórbido, com a despudorada serenidade do descaso: estupro, relações sexuais anormais, tortura e sodomia.» (Pitirim A SOROKIN, The american sex revolution, Boston: Porte Sargent Publisher, 1956, p. 93)
Esta é a realidade que nos rodeia, não é? Mais actual do que o filme “Meu Malvado Favorito 4”. Contudo, esse texto foi escrito quando o antigo Império do Egipto desmoronava, há 4 500 anos. Novo? Moderno?
Não se deixe enganar. Quando se trata de moralidade, questões sexuais incluídas, qualquer mudança é considerada um progresso. Mas, o progresso na direcção errada não é um movimento que deva ser celebrado, especialmente quando vai contra a ordem natural da criação e os factos estabelecidos pela ciência.
Quem é que, há pouco mais de dez anos, imaginaria que para ser considerado um «verdadeiro progressista», seria preciso acreditar que os homens dão á luz e que menstruam, que é justo que as mulheres sejam obrigadas a competir com os homens (que se consideram mulheres) nos desportos, e que uma mulher viria a ser designada como «pessoa que menstrua», «pessoa com útero», «pessoa lactante», etcétera?
Hoje, para se ser um secularista /progressista, é preciso aceitar o absurdo, a loucura e o caos. E, ainda que nos seja difícil acreditar que a pedofilia possa algum dia vir a ser legalizada, a base para que isso aconteça já está pronta. As salas de aula, do pré-escolar ao 2º ciclo, tornaram-se laboratórios em que crianças são programadas para servirem a agenda político-ideológica do género e as justificações para promover a aceitação social de relações sexuais entre adultos e crianças pré-púberes são muito parecidas com as que têm vindo a ser utilizadas em todas as causas progressistas, incluindo a causa do abecedário colorido +.
Qual será o próximo passo, mal os progressistas voltem ao poder? Leis que protejam as relações sexuais «consentidas» entre adultos e crianças?
Se a resposta for «sim», o controle total e absoluto das próximas gerações estará garantido.