Christopher Wong Michaelson é um filósofo com 25 anos de experiência a aconselhar líderes empresariais sobre como encontrar sentido e propósito no trabalho. É igualmente professor na Universidade de St. Thomas e é faculty da Stern School of Business da NYU. Jennifer Tosti-Kharas é professora de Gestão no Babson College. No seu livro, Is Your Work Worth It? (2024), partilham cinco ideias principais (retiradas do livro e do Next Big Idea Club: atenção, o livro é uma boa leitura de férias!). Se eu apresento as ideias não deixo, porém, de as completar ou, até, moldar ao que penso sem deturpar a essência do seu conteúdo. Opinião, apenas.

1.Uma Vida a Viver: O trabalho ocupa uma grande parte das nossas vidas e define as nossas identidades. Leiam bem: definir identidades. Eventos como o 11 de setembro e a pandemia do COVID-19 lembram-nos a importância de encontrar um trabalho significativo.

Porém, não esqueças o sumo destas palavras. Esses e outros períodos da tua vida de trabalho definem a tua identidade. Também. Pelo que não podes, não deves nunca esquecer que a tua identidade mão é uma coisa separada do trabalho e que impões ao próprio trabalho. É importante que percebas que o trabalho te molda e contribui para o que és. Não o secundarizes, portanto.

2.Os dias das nossas vidas: O valor económico do trabalho muitas vezes define o nosso status social, mas o equilíbrio entre vida profissional e bem-estar é obviamente crucial.

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Encontrares um equilíbrio é, então, determinante. Mas é também determinante pensares nas contas que tens de pagar. Esse equilíbrio não é, pois, menos importante que o equilíbrio vida pessoal – vida profissional. Sobra-te pouco tempo para a família quando as contas ficam por pagar porque outros problemas se levantam. Problemas esses que estragam, inclusive, a tua família.

3.Hospital Central/Escola Central: Os profissionais de saúde frequentemente veem o seu trabalho como uma vocação. Os professores idem. Alguns exemplos de carreiras na saúde e no ensino mostram bem como o trabalho pode ser significativo e satisfatório.

Assim sendo, muito mais que a procura do trabalho de que gostas deve estar o trabalho que te permite dares-te aos outros. Quando te entregares aos outros a remuneração psicológica sobe verticalmente. Experimenta fazê-lo no teu relacionamento com outros, no guichet de atendimento a público, na loja, no supermercado onde trabalhas, na papelaria, no restaurante ou em todos os trabalhos onde te é permitido contacto com outras pessoas. E não há como não conseguir esse contacto, por mais pequeno que seja.

4.Os Jovens e os Inquietos: A busca por um trabalho apaixonante pode levar a excesso de trabalho e a excesso de frustração. Trabalho de procura, ansiedade e expetativas e, depois, frustração. É importante procurar um trabalho de que se goste mas, também, que contribua para a sociedade (e impacte a sociedade) e sustente a vida pessoal.

Seres jovem não é sinal de inquietude e sinal de inquietude não é seres jovem. Preocupa-te com o que podes fazer com o teu trabalho e não tanto com o trabalho em si. Gosto/não gosto pouco interessa. Passarás a gostar mais quando perceberes que o output do teu trabalho tem impacto verdadeiro em terceiros. Fixa-te nisto.

5.Luz Guia: O conceito de vocação pode guiar-nos para deixar uma marca significativa no mundo. Trabalhar com um propósito pode ser uma das contribuições mais importantes que fazemos na vida.

Portanto, em vez de te preocupares tanto com o gosto-não gosto do que faço, preocupa-te antes com qual a marca que o teu trabalho pode deixar noutros. Marca, impacto, benefício. Benefício para outros é remuneração certa e, simultaneamente, serenidade para ti próprio.