Temos testemunhado, ao longo dos últimos anos, uma mudança sísmica no mundo empresarial, potenciada pela rápida evolução da tecnologia, pela globalização e pela mudança nas expectativas dos consumidores. Face a estas condicionantes, as empresas deparam-se com desafios sem precedentes no sentido de manter a sua força de trabalho no state-of-the-art, atraindo, desenvolvendo, requalificando e retendo talento. Neste contexto, o desenvolvimento de novos perfis de colaboradores tornou-se uma prioridade estratégica para o sucesso das empresas.

Uma das principais tendências emergentes é a crescente importância das competências interpessoais, também conhecidas como soft skills. Enquanto as competências técnicas continuam a ser, obviamente, essenciais para as empresas, estas valorizam, cada vez mais, competências como comunicação eficaz, trabalho em equipa, pensamento crítico, capacidade de resolução de problemas, entre outras. Estas competências não apenas promovem um ambiente de trabalho mais colaborativo e dinâmico, como são fundamentais para impulsionar a inovação e a adaptabilidade num mundo em constate evolução. A confiança é a base do recrutamento e da operação. A expertise e a procura contínua por melhoria e desempenho são o leitmotiv! 

Para além disso, estamos a testemunhar também uma transformação na própria natureza do trabalho. Com os avanços na nova arquitetura e automação, algumas funções mais tradicionais e “push-buttons” estão a ser automatizadas, enquanto novas oportunidades emergem em áreas como análise de dados, inteligência artificial e cibersegurança. Cada vez mais, os perfis mais atrativos são uma combinação de engenharia high-level, desenvolvimento e curiosidade. De acordo com um estudo recente da Organização Internacional do Trabalho (OIT), é mais provável que a Inteligência Artificial (IA) amplie os empregos e lhes aporte valor do que os destrua. A IA generativa, por exemplo, pode automatizar algumas tarefas, mas, provavelmente, funcionará mais como um complemento do que como um substituto. Tal ressalta a importância de os colaboradores aprenderem, de se adaptarem e de desenvolverem competências que lhes permitam aproveitar ao máximo os benefícios dos avanços tecnológicos.

No entanto, a retenção de talento continua a ser um desafio significativo para muitas empresas. À medida que os mercados de trabalho se tornam cada vez mais competitivos, as organizações precisam de adotar uma abordagem proativa no sentido de garantir que os seus melhores talentos permanecem comprometidos e envolvidos, bem como de reforçar a capacidade de atrair novos talentos. O percurso profissional está agora num movimento contínuo. Para tal, é fundamental oferecer oportunidades de desenvolvimento profissional, um ambiente de trabalho inclusivo e flexível, além de reconhecimento e recompensas adequadas pelo desempenho demonstrado.

Com base na minha visão e na minha experiência, considero que uma estratégia eficaz de retenção de talento deve reconhecer ainda a importância da Diversidade e da Inclusão. As empresas que promovem uma cultura diversificada, não apenas atraem uma gama mais ampla de talentos, como também beneficiam de perspetivas únicas e inovadoras. Investir na formação e no desenvolvimento de líderes inclusivos e empáticos é essencial para criar um ambiente onde todos os colaboradores se sintam valorizados e respeitados. Num mundo diversificado, os talentos atuam como uma combinação de diversas experiências, pontos de vista e competências, trazendo sinergia e valor substancialmente aumentados.

À medida que navegamos por um ambiente empresarial cada vez mais complexo e dinâmico, a capacidade de desenvolver novos perfis de colaboradores e de atrair e reter talento tornou-se um imperativo estratégico para as empresas. Acredito que ao valorizar as competências pessoais, abraçar novas tecnologias e promover uma cultura inclusiva, as organizações podem posicionar-se na dianteira para enfrentar os desafios do futuro com confiança e perspetivas de sucesso.

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