A Juventude Socialista apresentou mais uma proposta para a legalização da prostituição em Portugal. A iniciativa, reiterada bandeira daquela juventude partidária, representa mais uma tentativa para avançar com um projecto que notoriamente deixa toda a gente perplexa…

A coberto de uma pretensa defesa da dignidade da pessoa humana, os jovens socialistas pretendem avançar com legislação que praticamente assume a prostituição como um trabalho. Mas até na sua bancada parlamentar são muitas e muitos os deputados que (felizmente) não admitem que isso possa ser visto assim. Até porque mesmo em casos em que comprovadamente as prostitutas desenvolvem essa actividade sem coação, é mais do que óbvio que estão a ser constrangidas na vida por factores que as impelem a tentar encontrar ali uma solução para os seus problemas. Seja por comportamentos aditivos, desestruturação familiar, desemprego, doença ou qualquer outra coisa, é mais do que óbvio que a prostituição na dignifica nem defende ninguém. E defender isso mesmo, mesmo neste Mundo estranho em que actualmente vivemos, pode ser comparado a uma espécie de strip-tease de valores que roça o inaceitável!

Nesta proposta da JS pode ler-se “(…) Urge, pois, definir um conjunto de requisitos para o exercício da atividade de profissional do sexo, combatendo os estereótipos e rótulos de índole moral ultrapassados (…)” e ainda defendem também que “(…) a criminalização do lenocínio simples, sem o uso de violência, corresponde à punição de condutas morais (…)”. É verdade que a moral é relativa a cada pessoa, mas também é certo que é muito difícil encontrar alguém que se prostitui por considerar essa uma actividade moral.

O que a JS não percebe é que legalizar a prostituição não é sobre combater estereótipos, é sobre legalizar uma actividade que ninguém pratica de livre vontade e que, sobretudo, é um atentado à dignidade da pessoa humana e uma prática que nunca deveria ser o sustento de alguém. Daqui a alguns anos, quando a maior parte dos militantes desta juventude casar e tiver filhos, gostava de os ver a defender o combate a estes tais “rótulos de índole moral ultrapassados” no momento em que alguma das suas filhas disser “Pai, quando for grande quero ser prostituta”.

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Desde as eleições legislativas antecipadas que estamos numa intempérie socialista que só agora começou e já são incontáveis os estragos que fez: a urgência da morte, agora regular a prostituição…. (Passaram-se apenas cinco meses desde a eleição deste governo socialista, ainda faltam quase quatro anos…)

Vivemos num país onde os jovens vão embora e os que cá estão planeiam ir também; num país onde as pessoas trabalham a vida toda para terem direito a uma reforma miserável; num país onde a CP anunciou uma greve de 27 dias, que afecta a vida de milhares de portugueses, sem nenhuma consequência.  Vivemos num país que se arrasta atrás das exigências europeias sem ter nenhuma credibilidade e força por si só.

Será que algum português, no seu perfeito juízo quer viver num país em que a prostituição seja considerada uma profissão digna? Será que alguém ousa pensar que profissionalizar a prostituição é um avanço civilizacional?…

Antes éramos a nação que sonhava com o Quinto Império e que descobria o Mundo em aventuras que os outros nem sequer equacionavam como possíveis. Antes éramos a nação que descobria o Brasil, que começou a descobrir África e o Oriente. Antes tínhamos a nossa moeda e defendíamos com orgulho as nossas tradições. Antes éramos a cara da Europa, hoje somos a sua cauda.

Hoje, somo aquele País que pondera dar às novas gerações a possibilidade de considerarem a prostituição como uma via profissional para assegurarem o seu futuro.

Ao que nós chegámos!