Em 1143, fundou-se Portugal. Em 2023, quer-se matar Portugal.

É um tanto irónico que, na véspera do primeiro de Dezembro, se tenha conhecido o renovado símbolo representativo do Governo de Portugal. Um símbolo que, diga-se desde já, de Português nada tem.

No dia 1 de Dezembro de 1640, Portugal livrou-se das amarras vilipendiosas de Espanha e recuperou a sua soberania. Os Portugueses não queriam ser conhecidos como uma província de Espanha, os Portugueses queriam ser Portugal. Hoje, parece que já não há o mesmo sentimento a unir o povo português. Hoje, parece que só se é Português quando materialmente, não se sente Portugal, não se vive Portugal.

Em 1910, depois do Reino de Portugal se transformar numa República, sofreu-se o primeiro ataque à essência primordial ao País ao declarar-se Portugal como um estado laico. Em 2002, Portugal assumiu-se como reduto menor da grande federação europeia em troca de integrar o Euro e prescindir da sua soberania financeira.  E em 2007, foi legalizado o aborto em Portugal. Abrindo caminho para o fim das corridas de touros, para o alargamento do âmbito de aplicação da Lei da Nacionalidade e, pelos vistos, tentar acabar definitivamente com tudo o que esteja minimamente relacionado com a génese da nossa identidade nacional, pilar essencial da formação da nossa Nacionalidade soberana.

Este símbolo que vamos ter agora em todos os documentos oficiais, que vai levar a marca de Portugal pelo Mundo, não passa de dois retângulos com as cores da Carbonária, que em nada identificam Portugal, e um círculo amarelo no meio. Não tem identidade, não tem carácter, não tem História, não tem nada.

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O perigo da mudança deste símbolo é que isto é só o início, uma pequena miragem das mudanças que mais cedo ou mais tarde aí vêm. Se formos a pensar bem, como é que vamos manter na nossa bandeira nacional sete castelos, representativos dos setes castelos que D. Afonso Henriques conquistou aos mouros, se daqui por uns anos a maior parte da população de Portugal vai ser muçulmana? E as chagas de Cristo? E o cunho universalista da nossa esfera armilar? Basta olhar para o exemplo do resto da Europa para se perceber como caminhamos rapidamente para o abismo de um imenso vazio descaracterizador pejado de um globalismo designificante e aterrorizador.

Dia após dia são múltiplos os ataques que se vão desferindo ao nosso País. E, como tudo neste Mundo, coisa alguma sobrevive se estiver constantemente sob a mira de vorazes defensores de novos ideais, do rompimento definitivo com o passado, alegando a passagem do tempo.

Sim, os tempos mudaram, mas há coisas que ficam (e têm de ficar) para sempre, porque são núcleo base de algo maior. Se cortarmos a raiz a uma planta, ela morre. Se cortarmos definitivamente as nossas raízes e destruirmos a nossa identidade, Portugal morre.

Que, pelo menos, esta alteração no símbolo sirva para conscientizar os Portugueses da importância do seu voto nas próximas eleições do mês de Março. Que isto sirva para dar novo alento à Direita Portuguesa e voltar a colocar Portugal no rumo certo.

Viva Portugal!