A minha realidade é a realidade do mundo.

A realidade de um mundo que enfrenta um dos seus maiores desafios: proteger a vida humana numa guerra sem quartel. Uma guerra que não é de dinheiro, que não é de política, que não é de ideologia. Uma guerra em que todos os povos se unem. Milhares de discursos filosóficos, motivadores e agregadores depois, eis que um vírus surge para juntar todos à volta da mesma missão: sobreviver. Preservar a nossa vida. A vida dos que amamos. Uma guerra incondicional.

A minha realidade é a realidade do mundo.

A realidade de um mundo em que a saúde tem de ser o grande pilar. O muro inexpugnável. O maior motor de desenvolvimento socioeconómico e de solidariedade entre os povos. Sem saúde, somos nada. Temos de ser vida. E vida é fraternidade, é solidariedade, é liberdade. Vida somos nós. Vida não é materialismo, egoísmo, dinheiro e mais dinheiro. Vida não é aquilo que se compra, sabemo-lo agora. Dolorosamente agora.

A minha realidade é a realidade do mundo.

A realidade de um mundo em que eu acredito. Desde cedo, construí uma crença potenciadora: a cooperação, a cooperação absoluta, real, umbilical até, é o único caminho para atingirmos níveis de felicidade elevados. É difícil? É. Muito. Implica abdicarmos, muitas vezes, do que pensamos, do que queremos, do que temos. Em nome de algo maior. Em nome de algo, muitas vezes, intangível. Que não se vê. Que não se sente. Mas que existe: um sorriso, uma manifestação de carinho, uma palavra amiga, um ombro para pousar os medos. Quem melhor do que os enfermeiros para sentir tudo isto?

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

A minha realidade é a realidade do mundo.

A realidade de um mundo que só pode ser melhor se começarmos a construir pela mais basilar de todas as premissas: vou fazer pelo outro o que gostaria que o outro, na minha situação, fizesse por mim. E vou. Afirmo-o não como enfermeiro mas como ser pensante. Como pessoa.

A minha realidade é a realidade do mundo.

Tentemos, juntos, mudá-la, transformá-la: humanizá-la.

Todos. Por todos.