A transparência política é o princípio que exige que as ações e decisões dos governantes sejam abertas e acessíveis ao escrutínio público. Isto implica que os cidadãos tenham o direito e a capacidade de aceder a informações sobre as atividades governamentais de forma clara e compreensível.
Transparência na Educação
A verdadeira transparência política vai além da disponibilização da informação. A educação deve ser sempre o primeiro passo, de que serve a informação estar disponível se a população não a entende.
Deve haver um esforço inicial e contínuo, em primeiro lugar,
Ou seja, simplificar a comunicação política e educar a população sobre o funcionamento das instituições democráticas, são passos cruciais para uma participação cidadã mais informada e ativa. na literacia política.
Explica-me como se tivesse 5 anos…
Seguindo o ponto anterior, muitas das vezes, as comunicações governamentais são repletas de jargões técnicos e linguagem complicada, o que pode alienar a população e dificultar a sua compreensão.
A utilização de linguagem acessível e a explicação dos processos políticos de maneira direta são essenciais para garantir que todos os cidadãos, independentemente do seu nível de escolaridade ou conhecimento prévio, possam entender e participar no debate público.
Onde é que diz isso?
Para que a transparência política seja realmente eficaz, a informação deve estar não apenas clara, mas também facilmente acessível. Qualquer cidadão deve, acima de tudo, ter um acesso fácil e rápido a qualquer informação pública.
Proponho aos leitores um desafio:
Que tentem descobrir no site oficial do vosso município como e/ou saber quando será a data da próxima sessão da Assembleia Municipal (relembrando que são sessões públicas). Na era da digitalização, em que vivemos atualmente, a disponibilização e acesso de informações como esta não deveria ser tão complicada como é.
Como a transparência ajuda a acabar com a corrupção
Juntando todos os pontos anteriores e obtendo uma transparência total somos capazes de criar um poderoso antídoto contra a corrupção. Quando as decisões e ações dos políticos são claramente comunicadas e facilmente compreendidas, torna mais difícil que a corrupção e corruptos passem despercebidos.
A opacidade na administração pública cria um terreno fértil para práticas corruptas, pois os cidadãos não têm as ferramentas necessárias para fiscalizar e questionar efetivamente os seus representantes.
Pelo contrário, uma cultura de transparência promove a responsabilização, incentivando comportamentos éticos.
Um Exemplo Prático? A ARtv
Um exemplo que ilustra bem todo este artigo é a ARtv, o canal de televisão que transmite as sessões da Assembleia da República em Portugal.
Apesar de proporcionar um acesso direto e livre às discussões parlamentares, este canal não garante, por si só, a transparência política. Não me interpretem mal, a transmissão em direto é um passo positivo, mas a linguagem técnica e o formato das sessões podem ser incompreensíveis para muitos cidadãos.
Para que a ARtv cumpra verdadeiramente o seu papel, seria necessário complementar as transmissões com resumos explicativos, análises e contextos que tornem o conteúdo acessível e relevante para a generalidade da população.
Conclusão
A verdadeira transparência política exige mais do que a simples disponibilização de informações. Requer um compromisso contínuo com a educação política, a comunicação clara e a facilidade de acesso à mesma. Somente assim poderemos construir uma democracia robusta e participativa.