Quando, em Setembro de 2020, Ana Gomes anunciou Paulo Pedroso como seu mandatário, André Ventura fez questão de ir desenterrar o caso Casa Pia. Relembre-se que, nesse caso, Paulo Pedroso, tal como Ferro Rodrigues, foram investigados. Para além disso, há escutas públicas onde, quer Ferro Rodrigues, quer António Costa, foram apanhados a tentar interferir no processo.

Ao ataque de André Ventura, Ana Gomes e vários socialistas reagiram de forma irada, dizendo (com toda a razão) que ninguém tinha sido condenado por nenhum crime. Para Ana Gomes e companheiros, várias denúncias e uma conspiração para interferir numa investigação criminal não são objecção a continuar a apoiar e confiar nos seus amigos.

Mais recentemente, o Observador publicou uma reportagem sobre um suposto abuso de um menor no princípio dos anos 90 por parte de um sacerdote. Na altura, a mãe do menor denunciou o sacerdote ao então Patriarca de Lisboa e o assunto foi tratado segundo as normas civis e canónicas da altura. O actual Patriarca de Lisboa, procurou mais tarde encontrar-se com a vítima, o que fez em 2019. Não se tratava de uma nova denúncia, de um caso novo, ou de um assunto que não tivesse sido averiguado: Dom Manuel Clemente procurou apenas ir ao encontro de uma vítima. É preciso muita imaginação para chamar a um encontro com uma vítima uma “ocultação” do quer que seja.

Mas foi isso que o Observador fez, e que Ana Gomes, a mesma que há menos de dois anos se indignava com as insinuações sobre Paulo Pedroso, aproveitou para vir exigir a demissão do Patriarca de Lisboa. A histeria da socialista foi acompanhada por vários camaradas seus, incluindo Isabel Moreira, que veio falar em protecção aos membros da Igreja!

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A Igreja Católica Portuguesa fez, nos últimos anos, mais do que qualquer outra instituição para proteger os menores: passou a suspender automaticamente qualquer padre que seja denunciado, criou comissões diocesanas para investigar casos de abusos (a primeira foi criada pelo Patriarca de Lisboa), tornou obrigatória a queixa às autoridades civis de qualquer denúncia, e, por fim criou uma comissão independente para investigar os casos de abusos. Comparemos isto com aquilo que foi feito pelo Partido Socialista (que tem um rácio de ministros acusados de abusos de menores maior do que a Igreja tem de padres) e percebe-se a diferença.

A reacção histérica perante o Patriarca de Lisboa, que fez questão de ir ao encontro da vítima, que não se tem poupado a esforços para combater qualquer tipo de abusos na Igreja, comparada à indiferença com que se trata António Costa, que foi apanhado a interferir numa investigação sobre abusos de menores para salvar a face do Partido Socialista, demonstra claramente que não há aqui qualquer interesse pela verdade, pelas vítimas ou pela protecção dos menores.

O interesse neste escândalo é claro: atacar o Patriarca de Lisboa. E basta ver como, apesar de não ter feito nada mais do que procurar apoiar uma vítima, a insinuação de que o Senhor Dom Manuel Clemente teria “ocultado” um caso (acusação que os factos citados não sustentavam), foi suficiente para dar largas aos maiores delírios sobre um homem que fez mais pela protecção dos menores do que qualquer um dos seus acusadores. Incluindo Ana Gomes e Isabel Moreira, que compactuam com quem tentou interferir com a justiça na investigação ao maior escândalo de abuso de menores do nosso país.

Por muito que se repita uma mentira ela não se torna verdade. O que o Patriarca de Lisboa fez não foi ocultar nada, foi ir ao encontro de uma vítima.

Instrumentalizar o abuso de menores como arma de arremesso político é continuar o abuso sobre as vítimas. Felizmente, neste tempo onde tanta gente não hesita em usar a dor dos outros para proveito próprio, há homens como Dom Manuel Clemente que não hesitam em tomar medidas para evitar abusos, para acolher as vítimas e, sobretudo, não hesitam em ir ao encontro de quem sofreu.