Pedro Passos Coelho garantiu esta terça-feira que o ministro da Educação e da Ciência, Nuno Crato, vai-se manter no cargo, apesar dos pedidos de demissão por parte da oposição. “O ministro da Educação e da Ciência há-de voltar, um dia, à universidade, como ele próprio disse, mas não será agora”, afirmou o primeiro-ministro, num dia em que este esteve com Nuno Crato, durante a tarde, numa cerimónia na Fundação Luso-Americana, mas onde não se falaram, relata a TSF.

Nuno Crato, durante a sua intervenção na cerimónia, prometeu que regressará a funções na Universidade de Lisboa, instituição com quem “tem imensa hora de trabalhar.” Foi já no final da cerimónia que Pedro Passos Coelho se pronunciou.

Esta terça-feira ficou também marcada pela insistência do PS na demissão do ministro da Educação. Há semanas que os socialistas pedem a saída do responsável pela Educação do Governo, mas hoje, afirmaram que se ele não saísse pelo próprio pé, devia ser o primeiro-ministro a forçá-lo a sair da equipa. O PCP também fez a mesma reivindicação.

“Ou o que está a passar é uma atuação consciente e criminosa de destruição da escola pública ou o que está em causa é um problema de incompetência absoluta”, afirmou Marcos Perestrello, deputado do PS, numa declaração aos jornalistas depois de uma visita a uma escola.

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Há quinze dias, o ministro Nuno Crato garantia no Parlamento que nenhum professor seria prejudicado pelos erros cometidos na aplicação da fórmula de ordenação dos docentes na Bolsa de Contratação de Escola (BCE), de forma a suprir necessidades em escolas com contratos de autonomia ou em territórios de intervenção prioritária, mas, na sexta-feira passada, mais de 150 docentes descobriram que perderam o lugar nas escolas e ficaram sem trabalho.

“Nós tínhamos de corrigir o erro [na BCE]. O erro foi reconhecido e o processo está a meio. Falaremos sobre isso no fim. Estamos a acompanhar com particular atenção esses casos”, respondeu esta manhã Nuno Crato aos jornalistas, à margem da conferência “O Futuro da Europa é a Ciência”, quando questionado sobre a situação dos mais de 150 docentes que ficaram sem trabalho, depois de três semanas de aulas, por causa da correção das listas de ordenação.

“A nossa esperança é que seja muito pequeno ou mesmo nulo o número de professores nessa situação. Espero que chegando ao fim do processo tenham colocação”, acrescentou o governante, sem nunca dar garantias de que todos os docentes serão repescados. “Quando é cometido um erro por parte da administração, esse erro deve ser corrigido mas não dá lugar a consolidação de posições”, frisou Crato.