A requalificação do edifício da antiga estalagem Narciso, na praia de Carcavelos, concelho de Cascais, vai ser feita pela Quiksilver, anunciou esta sexta-feira o município e o Centro Recreativo e Cultural Quinta dos Lombos, a entidade que promoveu o concurso de ideias para o espaço. Além da Quiksilver, também a Billabong tinha apresentado uma proposta.
O projeto da Quiksilver para o Narciso representa um investimento de 4 milhões de euros. A reabilitação levará à criação, naquele espaço, de uma loja da marca, um hotel com 40 camas, um ginásio, um museu do surf, um bar e um skate park, “talvez a grande inovação deste projeto”, afirmou José Gregório à revista Surf Total. Com início no exterior, este equipamento terá uma ligação ao interior através de um túnel.
A autarquia salienta que a Quiksilver vai criar 40 novos postos de trabalho com este projeto. “A urgência na implementação do Projeto da Quiksilver Internacional reveste-se da maior importância para o concelho de Cascais, e também para o país”, lê-se na página do município na internet. O edifício Narciso, onde funcionou até 2004 uma estalagem com o mesmo nome, é desde setembro de 2013 o Cascais Surf Center, que alberga a Associação Nacional de Surfistas, a Federação Portuguesa de Surf, a Associação Nacional de Bodyboard e a secção náutica do Centro Recreativo e Cultural Quinta dos Lombos.
A família Narciso, que construiu e explorou a estalagem, diz ter sido vítima de roubo por parte do Estado — atual proprietário do edifício por estar em domínio público marítimo — com a complacência da Câmara Municipal de Cascais, que acusam de nada ter feito para evitar que o Narciso chegasse a um estado de degradação total. “Saliente-se que após longos anos de abandono, o edifício Narciso encontrava-se totalmente decrépito, originando graves problemas de higiene e segurança pública”, lembra a câmara na internet.
Para já, a família sofreu uma derrota em tribunal pela posse do edifício, mas tal como um dos seus membros, Luís Narciso Félix, garantiu ao Observador, “a luta ainda não acabou”.