A dívida das administrações públicas na ótica de Maastricht subiu para os 131,6% do Produto Interno Bruto (PIB) até setembro, depois de se ter cifrado nos 129,4% até junho, segundo números divulgados esta quinta-feira pelo Banco de Portugal.

De acordo com o Boletim Estatístico de novembro, publicado pelo banco central, a dívida pública na ótica de Maastricht, a que conta para Bruxelas, subiu no terceiro trimestre de 2014, passando dos 129,4% em junho para os 131,6% no final de setembro.

Em setembro, a dívida pública chegou aos 229.150 milhões de euros, acima dos 226.684 milhões de euros registados no final de agosto e 9.925 milhões de euros acima do verificado no final de 2013, quando a dívida pública era de 219.225 milhões de euros.

Excluindo os depósitos da administração pública, a dívida das administrações públicas na ótica de Maastricht subiu igualmente dos 117,2% do PIB até junho para os 119,1% do PIB até ao final do terceiro trimestre deste ano.

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Estes números já incorporam as alterações contabilísticas decorrentes da mudança de Sistema Europeu de Contas para SEC 2010 que todos os países da União Europeia tiveram de adotar até setembro deste ano e que, no caso de Portugal, gerou uma revisão em alta do valor do PIB e uma revisão em baixa do rácio da dívida sobre o produto.

O boletim estatístico do Banco de Portugal revela ainda um abrandamento do ritmo de novas subscrições de produtos de poupança do Estado. Depois do investimento em certificados de aforro e tesouro ter atingido valores nos meses do verão, em reação ao colapso do Banco Espírito Santo (BES), o montante de subscrições líquidas baixou para 336 milhões de euros em outubro.

Excedente externo sobe em Setembro

Ainda segundo o boletim do Banco de Portugal, as contas externas de Portugal atingiram um saldo positivo de 2.679,3 milhões de euros até setembro, quase 600 milhões acima do saldo registado no ano passado. As contas externas portuguesas registaram um saldo de 2.697,3 milhões de euros até setembro, mais 596,2 milhões do que o registado no período homólogo: 2.101,1 milhões de euros.

Até outubro deste ano, a balança corrente registou um saldo positivo de 895,4 milhões de euros, mais 504 milhões do que o verificado no mesmo período de 2013.

Já a balança de capital registou um saldo positivo de 1.801,9 milhões de euros até outubro de 2014, mais 92,2 milhões do que o verificado nos primeiros nove meses do ano passado. Até agosto, as contas externas atingiram um saldo de 2.044,6 milhões de euros, menos quase 90 milhões do que no ano passado.