O presidente do CDS-PP considerou neste sábado ser “possível” vencer o PS nas legislativas de 2015 e recordou que foram os socialistas que conduziram Portugal ao resgate financeiro e que este Governo é que acabou com a etapa da “excecionalidade”. “Os portugueses sabem que foi o PS que trouxe Portugal à bancarrota, ao memorando, à ‘troika’ e à dose de austeridade que se seguiu e também à recessão”, realçou Paulo Portas, em declarações aos jornalistas no final do Conselho Nacional do partido, em Elvas.

Mas, segundo o líder do CDS-PP, os portugueses “precisam de saber algo mais do que o passado, precisam de saber o que é o futuro”, até porque o país, graças ao atual Governo de coligação com o PSD, “venceu a etapa da excecionalidade”. “Às vezes é preciso fazer esta homenagem à memória, que havia quem defendesse o segundo resgate, o segundo empréstimo, o segundo memorando e a segunda ‘troika’”, disse. O CDS, frisou, “foi sempre muito claro contra essa posição”, pois, “um só resgate, um só memorando, uma só ‘troika’ já chegou e bastou, aprendemos as lições”.

No Conselho Nacional, realizado na cidade alentejana, que esteve “completamente cheio”, segundo o líder centrista, foi dado o “pontapé de saída na construção das ideias para o futuro” por parte do partido, ou seja, para os próximos quatro anos. “Vivemos nesta legislatura um tempo de excecionalidade”, mas “o país venceu essa excecionalidade” e “caminha agora para uma situação de maior normalidade”.

E, por isso, “é preciso que o CDS faça o seu trabalho de casa” para “selecionar aquelas que são ideias consistentes sobre os principais problemas de futuro do país e construir o seu programa para a próxima legislatura e o próximo mandato”, afirmou.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Uma próxima legislatura e mandato que, de acordo com o líder do CDS-PP, vão ser marcados “não pela recessão, mas por crescimento económico” e em que, se não forem cometidos “erros”, “haverá criação de emprego”, o que permitirá “ir reduzindo aquele é o maior problema social no país, que é a questão do desemprego”. Daí que o CDS-PP esteja apostado em “construir um programa para o futuro”, insistiu o líder do partido, considerando ser “possível” vencer o PS.

“Vencer o PS não apenas no argumento do passado, que é muito pesado e é por isso que as pessoas têm bastante receio”, pois “o PS significa repetição dos erros”, mas também vencer os socialistas “do ponto de vista da competição por boas ideias e boas propostas para o futuro”. E isso, argumentou, “pode ser feito autonomamente”, com um programa próprio do CDS-PP, ou “pode ser feito em aliança”, com o “contributo” do partido.

Quanto a uma possível coligação com o PSD para as eleições legislativas de 2015, o presidente do CDS-PP remeteu a discussão para o “momento próprio”, numa altura que seja “confortável” para ambos os partidos. “Estamos a terminar um ano político, não estamos a começar um novo ano político e a questão da coligação, como tem sido dito por ambos os partidos, será discutida no momento próprio, no momento que seja confortável para ambos”, disse Paulo Portas.

“E não será por nós que haverá dificuldades no início dessa conversação”, sublinhou, em declarações aos jornalistas após o Conselho Nacional do CDS-PP, realizado em Elvas, no auditório São Mateus, no Museu da Fotografia.