Os investigadores Carlos e Raul de La Fuente Marcos, da Universidade Complutense de Madrid, que em novembro de 2014 tinham proposto a existência de mais um planeta no Sistema Solar, para lá de Neptuno – o “Planeta X” -, agora propõem que possam ser não um, mas dois. Os resultados do estudo foram publicados na Monthly Notices of the Royal Astronomical Society Letters, uma revista criada em 1827, dedicada à astronomia e à astrofísica.

Tal como no final do último ano, a proposta dos dois investigadores espanhóis e Sverre Aarseth, investigador na Universidade de Cambridge (Reino Unido), baseou-se na análise das órbitas invulgares dos planetas anões que existem para lá de Neptuno – elipses que nunca se aproximam do Sol. “Este número excessivo de parâmetros orbitais inesperados faz-nos acreditar que existem algumas forças invisíveis que estão a alterar a distribuição dos objetos transneptunianos extremos e consideramos que a explicação mais provável é que existam outros planetas [verdadeiros] para lá de Neptuno e Plutão [um planeta anão]”, diz Carlos de la Fuente Marcos citado pelo site Sinc.

Mas esta teoria não reúne consenso. Já em novembro, David Jewitt, investigador na Universidade da Califórnia, em Los Angeles (Estados Unidos), considerava que “a parte exterior do sistema solar pode estar cheia de todos os tipos de coisas interessantes e nunca vistas. Mas o argumento para um ‘perturbador’ maciço é um pouco intrigante.” O próprio Neptuno pode ser o responsável por estas órbitas.

Além disso, tal como assumem os autores do estudo, a amostra é muito pequena – apenas 13 objetos -, mas prometem que uma publicação nos próximos meses terá mais elementos em análise. “Os nossos cálculos sugerem que existem pelo menos dois planetas dentro dos limites do nosso sistema solar”, escreveu Carlos de la Fuente Marcos, o responsável pela investigação, em comunicado. “O número exato é uma incerteza, visto que a informação a que temos acesso é limitada.” Mesmo assumindo as dificuldades técnicas de apurar com exatidão o número de planetas que se encontram para lá de Plutão, os investigadores acreditam que “o número é, provavelmente, superior”.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR