Jean-Claude Juncker, presidente da Comissão Europeia, acusou a troika de beliscar a dignidade dos portugueses e acusou a anterior Comissão Europeia, liderada por Durão Barroso, de confiar “cegamente” nela, conta a TSF, citando a agência EFE.
“Pecámos contra a dignidade dos cidadãos da Grécia, Portugal e, muitas vezes, da Irlanda também”, começou por dizer o atual presidente da Comissão Europeia. O próprio considerou que, por ter presidido ao Eurogrupo recentemente, essa declaração até pode parecer “estúpida”. O luxemburguês não quis comentar a atual situação da Grécia e preferiu dizer que as instituições europeias têm de “aprender as lições do passado” e “não repetir os mesmos erros”.
Quem também não passou incólume nestas declarações foi Durão Barroso, o anterior presidente da Comissão Europeia, que foi acusado de confiar “cegamente no que dizia a troika” na questão grega: “Antes não se falava [na Grécia].”
O luxemburguês admitiu ainda que a troika carece legitimidade democrática pelo que, avisa, “quando chegar o momento tudo isto deve ser revisto”. O protocolo e a forma como se sucedem os contactos e negociações entre instituições e países também mereceram um reparo pelo presidente da Comissão Europeia. “Não critico os funcionários, mas não se coloca um alto funcionário perante um primeiro-ministro ou um ministro. Há que colocar frente a eles um comissário ou um ministro sob a autoridade do presidente do Eurogrupo”, explicou.