António Guterres colocou-se completamente de fora da corrida a Belém numa entrevista dada à televisão Euronews e noticiada em exclusivo pelo Expresso. “Não sou candidato a ser candidato. Sempre me interessei pelo serviço público e pretendo continuar a fazê-lo, mas o que gosto mais de fazer é o tipo de função que tenho atualmente, que permite ter uma ação permanente e direta a sobre o que se passa no terreno”, diz o antigo governante, dando a entender que pretende mesmo avançar para a liderança da ONU.
Em janeiro, Guterres tinha dito ao Expresso que era livre de decidir a sua vida e o Público adiantou que já teria recusado o convite três vezes. Agora, o socialista vem afirmar que não se vai candidatar à presidência, preferindo manter-se em funções similares às que ocupa atualmente na ONU, Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados – uma indicação que poderá estar a preparar a sua candidatura a secretário-geral a ONU.
“Não sou candidato a ser candidato. Sempre me interessei pelo serviço público e pretendo continuar a fazê-lo, mas o que gosto mais de fazer é o tipo de função que tenho atualmente, que permite ter uma ação permanente e direta a sobre o que se passa no terreno. Isso não corresponde a outras funções, que são muito importantes do ponto de vista do equilíbrio de um país, de garantir a sua estabilidade, mas que não permitem a mesma ação diária para ajudar pessoas que precisam dramaticamente de ajuda, do nosso apoio”, afirma agora Guterres em entrevista ao canal de televisão Euronews e que foi esta tarde divulgada pelo jornal Expresso – a entrevista na íntegra será transmitia esta noite neste canal.
A entrevista foi concedida à Euronews esta semana, quando Guterres esteve reunido em Bruxelas com o presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker. Apesar de ter preferido evitar as perguntas dos meios e comunicação nacionais, Guterres respondeu perante as câmaras da Euronews. A afirmação surge numa altura em que vários candidatos estão a avançar com as suas intenções de suceder a Cavaco Silva e quando muitos socialistas pediam a António Guterres que também avançasse.