O Governo aprovou esta quinta-feira a nomeação da investigadora Maria Arménia Carrondo para presidente da Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT), sucedendo a Miguel Seabra, que se demitiu há uma semana invocando razões pessoais.

Licenciada em Engenharia Química pela Universidade do Porto e doutorada em Cristalografia Química pelo Imperial College of Science and Technology de Londres, Maria Arménia Carrondo é docente do Instituto de Tecnologia Química e Biológica da Universidade Nova de Lisboa desde 1998.

A nomeação foi aprovada hoje em Conselho de Ministros.

Uma das tarefas de Maria Arménia Carronda enquanto cristalógrafa é transformar proteínas em cristais e usar técnicas de difração de raios-X para determinar, com minúcia, e mediante processos matemáticos, a estrutura das proteínas, das moléculas e dos seus constituintes, os átomos, sendo o seu trabalho, por isso, fundamental para o estudo de doenças e o fabrico de medicamentos.

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A cientista é autora de 154 artigos científicos e já conta com muitas participações na avaliação de várias instituições científicas internacionais. O seu percurso já lhe valeu diversos prémios e distinções. Em 2013, integrou o Conselho Científico para as Ciências da Vida e Saúde da FCT.

A Fundação para a Ciência e Tecnologia, entidade pública que subsidia a investigação, sob tutela do Ministério da Educação e Ciência, tem sido alvo de críticas por parte de bolseiros, que se queixam de cortes no financiamento, e, mais recentemente, por centros de investigação, universidades e sindicato do setor, que apontam irregularidades à avaliação que dá direito às unidades científicas de terem fundos para as suas atividades.

A FCT, ainda no mandato de Miguel Seabra, e a tutela tem refutado o desinvestimento na ciência e apontado rigor e transparência à avaliação dos centros científicos.