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O elétrico vai voltar ao Príncipe Real. Mas só para turistas

Este artigo tem mais de 5 anos

Ainda não é desta que os revivalistas da carreira 24 vão poder dar uma volta do Cais do Sodré a Campolide. Isso "não é uma prioridade", diz a Carris.

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Os elétricos vão voltar ao Príncipe Real, em Lisboa. Depois de quase vinte anos sem utilização, os carris que galgam a Rua da Misericórdia em direção ao Rato voltam ao ativo, num novo circuito turístico promovido pela Carristur, a empresa de turismo da transportadora lisboeta Carris. Para já, apesar de confirmar a criação da Chiado Tram Tour, a assessoria de imprensa da Transportes de Lisboa não adianta mais pormenores sobre o percurso e preços deste novo serviço.

Nos últimos dias, ao mesmo tempo que um veículo elétrico da Carris tem estado em testes nas linhas, a Rua da Misericórdia recebeu novas pinturas no alcatrão e pilaretes plásticos para impedir o estacionamento que dificulte a passagem do elétrico. Isto poderá querer dizer que o novo circuito se iniciará no Largo Camões, prosseguindo depois pela Rua de São Pedro de Alcântara – e respetivo miradouro -, indo depois Rua Dom Pedro V e Rua da Escola Politécnica acima até ao Príncipe Real.

O percurso terá, assim, menos de um quilómetro, atualmente percorrido em parte pela carreira de autocarro 758, num dos eixos mais movimentados do centro da cidade. Os elétricos deixaram de passar por esta zona em 1995, quando a Carris e a Câmara Municipal de Lisboa suspenderam provisoriamente a carreira 24. Só que o “provisoriamente” manteve-se até hoje e o percurso entre o Cais do Sodré e Campolide nunca mais voltou a ser feito. Há vários anos que o Fórum Cidadania Lx pede a reativação desta carreira e, nos últimos meses, tem sido promovida nas redes sociais uma petição com esse fim.

Até agora, a petição conta com 1.436 assinaturas e João Filipe Guerreiro, o principal promotor da iniciativa, explica ao Observador que o 24 poderia tornar-se num elétrico útil, não só para os lisboetas como para os próprios turistas, uma vez que o 28 anda geralmente repleto de gente. “O turista típico não paga 15 euros para ir do ponto A ao B” num circuito, “mas paga a tarifa de bordo” de uma carreira normal, diz, explicando que o percurso original do 24 (entre o Cais do Sodré e Campolide) contribui para uma “interligação única” entre o rio Tejo, equipamentos culturais, espaços comerciais e escritórios.

É por isso que não entende que a Carris aposte num elétrico turístico para uma parte do troço e não num elétrico de serviço regular. “Deixa-me pasmado”, afirma João Filipe, para quem “há várias dinâmicas de mercado que não estão a ser tidas em consideração” na abordagem ao elétrico 24, cujas receitas, acredita, “ficariam acima das do 28”.

A reativação do 24 não está no horizonte da Carris. “Do ponto de vista da Carris, a eventual reposição da circulação de elétricos efetuando a carreira 24E não é uma prioridade, dado que, naquele percurso, existe já um serviço de transporte em autocarro”, explica a transportadora, ressalvando que esta é “matéria que não depende exclusivamente da Carris”.

No âmbito da iniciativa “Uma Praça em cada Bairro”, através da qual a câmara quer reabilitar praças um pouco por toda a cidade, está prevista a construção, na Rua de Campolide, de uma estação terminal de elétrico. No site da autarquia pode ler-se que a praça servirá a carreira 24E, o que poderá indiciar que não estará totalmente posta de parte a ideia de recuperar todo o percurso do antigo 24.

Artigo atualizado e corrigido segunda-feira, 25 de maio, às 8:57: retira a referência à Rua das Amoreiras

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