A Associação de Futebol da Alemanha terá pressionado o chanceler Gerhard Schröder a enviar armas para Arábia Saudita, para assim garantir o voto daquele país na votação para escolher o organizador do Mundial de Futebol de 2006 – que a Alemanha acabaria por ganhar. Além do envio dos rockets para o país do Médio Oriente, grandes empresas alemãs como a Volkswagen e a Bayer, terão prometido grandes investimentos na Tailândia e na Coreia do Sul, com a mesma intenção. Ainda na novela da investigação à FIFA, foi revelada este fim-de-semana uma carta, que a investigação acredita provar o pagamento da África do Sul à FIFA no valor de 10 milhões de dólares.
A investigação à corrupção na FIFA está a implicar não só dirigentes da organização, mas também governos de vários países em todo o Mundo. O jornal alemão Die Zeit escreveu este fim-de-semana que para assegurar a organização do Mundial de Futebol de 2006, o Governo de Gerhard Schröder enviou armas para a Arábia Saudita de modo a que o país não votasse em Marrocos, que também estava na corrida para ser anfitrião deste evento.
A Alemanha suspendeu a venda de armas para a Arábia Saudita em janeiro deste ano por considerar que a situação que se vive na região é “demasiado instável” para continuar a exportação de armamento.
Além desta opção do governo, várias empresas alemãs foram envolvidas nestes esforços, fazendo com que fossem prometidos negócios pelas gigantes alemãs aos países que votavam na atribuição do Mundial. A Daimler chegou mesmo a investir 100 milhões de euros na Hyundai, empresa da Coreia do Sul.
Cheque para programas de desenvolvimento pode ser suborno
O jornal sul africano Mail & Guardian divulgou uma carta em que Danny Jordaan, responsável pela candidatura do país à organização do Mundial de 2010, doa 10 milhões de dólares à FIFA, enviando a missiva diretamente a Jérôme Valcke, secretário-geral da FIFA. O FBI, que está a investigar o escândalo de corrupção nesta organização desportiva, considera que a carta se trata de um suborno para favorecer a posição do país na corrida ao Mundial de 2010.
A carta data de 2007 e aponta que tanto Dlamini-Zuma, como Jabu Moleketi, então ministros dos Negócios Estrangeiros e vice-ministro das Finanças da África do Sul, aconselhavam que os 10 milhões fossem doados a programas de desenvolvimento da FIFA. O ministro do Desporto já veio assegurar que este cheque se destinava a desenvolver a modalidade nas Caraíbas, mas a posição do atual Governo não é coesa.
Valcke já tinha negado publicamente ter qualquer envolvimento com estes 10 milhões de dólares, mas a carta vem mostrar que tinha conhecimento da matéria e seria, dentro da FIFA, o ponto de contacto do Governo sul-africano. Este pagamento é central na investigação que o FBI está a levar a cabo nos EUA, porque pretende provar que este foi o pagamento feito a três dirigentes, para que votassem a favor da África do Sul.