As últimas semanas não têm sido de serenidade política no velho continente. O acordo da Grécia com os credores surgiu mesmo, foi a votação, teve aprovação por maioria — como nenhum dos anteriores resgates gregos teve –, porém, e à parte das repercussões políticas que o acordo poderá ainda ter para Tsipras e para o governo de maioria Syriza/Gregos Independentes, no Twitter, anónimos, personalidades da esquerda à direita política e até anarquistas, há muito quem discuta o boicote aos produtos de origem alemã. Quem pede o boicote, fá-lo como forma de resposta à intransigência que os parceiros europeus (mas sobretudo Angela Merkel e Wolfgang Schäuble) tiveram na hora de negociar com os gregos.

A hashtag #BoycottGermany começou a circular na última semana, mas com o aproximar da votação do acordo com os credores no Parlamento grego tomou outra dimensão e chegou mesmo a ser “trending topic” na rede social Twitter, como conta a BBC. Houve até quem chegasse a partilhar os códigos de barras que indicam que um produto é de origem germânica. No entanto, esses códigos apenas dão conta da origem da empresa que os detém, que é, de facto, alemã, mas a manufatura desses produtos pode ser portuguesa, vietnamita ou, porque não, grega.

Uma das mensagens mais “retwittadas” na rede social é a de David Graeber, um conhecido anarquista norte-americano, também professor na London School of Economics, que conta com mais de 40 mil seguidores, e recorda o perdão de dívida que a Alemanha teve no pós-Segunda Guerra Mundial.

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Por outro lado, há quem proponha não só um boicote aos produtos alemães, como, igualmente, que esse boicote atinja principalmente os produtos de luxo, sobretudo no que respeita à indústria automóvel. Uma resposta vinda de Thomas Walde, um conhecido jornalista económico germânico, foi igualmente muito partilhada. Diz Walde, sarcasticamente: “A intenção grega para #BoycottGermany inclui a ajuda monetária? Não? Muito bem.”