Logo no jardim de infância, as crianças podem traçar o sucesso que terão em adultos. A conclusão é de um estudo publicado no American Journal of Public Health, divulgado pelo Business Insider. A explicação está nas capacidades sociais e emocionais demonstradas em idades mais jovens, que podem ter repercussões diretas na saúde mental, no emprego, na atividade criminal ou no uso de substâncias.
No estudo participaram mais de 700 crianças que foram acompanhadas desde o jardim de infância até aos 25 anos. As crianças que eram mais sociáveis tiveram mais sucesso como adultos. Entre os critérios avaliados estão: a capacidade de as crianças cooperarem com os seus pares, sem isso ser ordenado pelos professores; a capacidade de ajudar os outros; a inteligência emocional (ou seja, se tinham uma capacidade apurada de perceber e gerir os sentimentos dos outros); e a capacidade de resolver problemas e obstáculos por si próprios.
Kristin Schubert, diretora dos programas da Fundação Robert Wood Johnson, que financiou o estudo, é peremptória na conclusão: “Essas capacidades podem determinar, desde tenra idade, se uma criança vai para a faculdade ou para a prisão, ou se vai ficar empregada ou viciada.” A verdade é que, à medida que as crianças cresciam, os investigadores registavam se estas iam para a escola na idade indicada, se conseguiam tirar um curso na universidade e se conseguiram arranjar um emprego a tempo inteiro antes dos 25 anos. Analisaram também se se envolveram em práticas criminosas, consumo de drogas e se tiveram problemas mentais.
Quem era mais sociável na infância, conseguiu licenciar-se e arranjar um emprego antes dos 25 anos. A quem tinha menos capacidade de socialização era atribuído um risco maior de incorrer em práticas criminais ou alcoolismo, aponta o Business Insider. “Este estudo mostra que ajudar as crianças a desenvolver as capacidades sociais e emocionais é uma das coisas mais importantes que podemos fazer para as preparar para um futuro saudável”, sintetiza Kristin Schubert.
Mas calma. Damon Jones, um dos investigadores que participou no estudo, diz que a relação entre os dois pontos não é automática, “mas está claro que ajudar as crianças a desenvolver as suas capacidades (sociais e emocionais) aumenta as hipóteses de sucesso na escola, no trabalho e na vida”.