Numa carta enviada ao Jornal de Notícias e à SIC, o ex-primeiro-ministro José Sócrates escreveu que foi preso “sem que existissem quaisquer provas” e que a sua prisão é feita por motivos políticos e não judiciais.

“À medida que o tempo passa cresce a legítima suspeita de que este processo tem como verdadeira motivação condicionar as próximas eleições e impedir a vitória do PS. Acontece que isso não compete à justiça, mas à política”

José Sócrates, suspeito de corrupção, fraude fiscal e branqueamento de capitais, referiu ainda que “a Justiça cometeu mesmo neste caso um erro monstruoso” e diz que o processo tem sido “saltitão”, passando “de uma teoria para a outra cada vez que anterior esbarra contra a verdade”.

“O ‘agente corruptor’ começou por ser o conjunto das empresas do Engº Carlos Santos Silva, a seguir foi o Grupo Lena, mas evoluiu depois, sem pestanejar, para promotores turísticos e imobiliários com interesses no Algarve, explorando agora novas oportunidades no filão do mercado brasileiro”

Segundo o antigo líder do Partido Socialista, a investigação revela um “enorme desnorte” e “uma enorme precipitação e uma incrível leviandade”.

No final da carta de cinco páginas, José Sócrates deixou ainda uma nota referente à investigação por branqueamentos de capitais de Makhdoom Ali Khan, o antigo procurador geral e milionário paquistanês que, ao abrigo do programa dos vistos Gold, comprou ao antigo primeiro-ministro a casa que este tinha em seu nome na Rua Brancaamp, em Lisboa:

“A única razão parece residir no facto desse apartamento ter sido meu. Já não se trata, apenas, do respeito que deve às pessoas e aos seus direitos, mas de perder o respeito que o Ministério deve a si próprio.”

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