Receber mulheres em festas, prometer-lhes trabalho como apresentadoras de meteorologia e, em troca, pedir-lhes que cantem “graças a deus pelo Sílvio” enquanto beijam uma estátua, cuidadosamente guardada, de um homem com um pénis avantajado.
Era assim que Sílvio Berlusconi, ex-primeiro ministro italiano e magnata dos media, convivia com as suas convidadas nas conhecidas festas (sexuais) bunga bunga. Quem o revela são Ambra Battilana e Chiara Danese, ambas modelos que já participaram nas festas organizadas por Berlusconi, que deram os seus testemunhos no mais recente livro de Michael Day, “Being Berlusconi: The Rise & Fall from Cosa Nostra to Bunga Bunga”.
No livro, as duas raparigas descrevem a sua experiência numa bunga bunga que aconteceu numa das vilas privadas do ex-primeiro ministro, situada na periferia de Milão. Battilana descreve, no excerto do livro publicado pelo The Independent, que “Berlusconi olhava muito” para si e para Chiara, enquanto lhes “dedicava canções em francês e italiano”. “Quinze minutos depois de nos sentarmos, algumas das raparigas revelavam os seios para que Berlusconi os beijasse. Tocavam nas partes íntimas do primero-ministro e faziam-no tocar nas delas. Enquanto isto acontecia, as raparigas cantavam ‘graças a deus pelo Sílvio’ e chamavam-no de ‘Papi'”, acrescenta.
Também no livro, Chiara Danese vai mais longe: “após a enésima piada obscena, Berlusconi traz uma estátua, guardada numa caixa, e daí emerge um pequeno homem com um pénis enorme. Berlusconi começa a passar a estátua de rapariga em rapariga, pedindo-lhes para beijarem o pénis”. Pouco depois, ambas as raparigas sairam da festa, apesar de terem sido avisadas de que não iriam conseguir o trabalho como apresentadoras de meteoreologia.
O livro, e as respetivas acusações, aparecem um ano depois de o político ter sido ilibado das acusações de ter mantido relações sexuais, durante uma das festas bunga bunga, com uma menor.