A campanha da Juventude Socialista ganhou uma nova dimensão no Algarve: uma espécie de tiro ao alvo, que recorre a bolas e a latas com fotografias de elementos da coligação PSD/CDS. Quem quer acertar e derrubar Pedro Passos Coelho ou Paulo Portas?

Cristóvão Norte, deputado do PSD, assistiu a tudo na entrada do festival F – um festival de música portuguesa, literatura, exposições e de stand-up comedy, em Faro. Incrédulo, tirou fotografias e contou o que viu no Facebook.

As campanhas negras são sinal de desespero. Ontem, no Festival F, em Faro, o PS adoptou esse registo. “Apedrejar” latas com imagens das principais figuras da coligação Portugal à Frente é deplorável e traduz uma campanha de insulto e ódio que contrasta tragicamente com o perfil tolerante que o PS sempre se arroga.

Nas fotos é possível ver uma pequena instalação com o slogan de António Costa, “Alternativa de Confiança”, e as latas com as fotografias coladas. Vários jovens tentam acertar no alvo e um deles festeja ter conseguido derrubar as latas. 

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Entretanto, a Juventude Socialista já respondeu à denúncia do deputado do PSD. No respetivo perfil de Facebook, a JS Algarve publicou um post onde se pode ler que tudo não passou de uma “iniciativa lúdica” de modo a incentivar os jovens a votar nas próximas eleições, marcadas para o dia 4 de outubro:

Quem não tem propostas usa da má-fé e inventa casos. Uma iniciativa lúdica para chamar a atenção dos jovens para a importância das eleições legislativas. Um jogo tradicional: dez latas com as caras dos ministros, uma bola de esponja e um convite da JS: dia 4 de Outubro faz PAF ao Governo. Para Cristóvão Norte já não basta pedir aos jovens para emigrar, é preciso fazê-los perder a irreverência e a criatividade. ‪

js algarve

Imagem retirada do perfil de Facebook da JS Algarve

As imagens em questão chegam um mês depois de o Observador ter noticiado que o PS estava a ser acusado de fabricar as histórias dos cartazes da campanha, depois de Maria João — cujo rosto aparecia num cartaz junto da frase “Estou desempregada desde 2012” — ter afirmado que aquela história não era sua. A polémica fez com que os socialistas apresentassem formalmente um pedido “de desculpas públicas, em especial às pessoas implicadas”.