A Asociación Española de Banca (AEB) e a Confederación Española de Cajas de Ahorros (CECA) divulgaram esta sexta-feira num comunicado conjunto que pretendem “reconsiderar a sua implantação na Catalunha diante do risco de secessão de Espanha”. As entidades pedem que sejam preservadas “a ordem constitucional e a permanência na zona euro do conjunto de Espanha para proteger aos depositantes”. A declaração ocorreu no contexto das próximas eleições parlamentares na Catalunha a 27 de setembro, que estão a ser vistas como um referendo à independência da região.

No documento, os órgãos afirmam que “a exclusão da Catalunha da zona euro, como consequência da rutura unilateral do marco constitucional vigente, comportaria que todas as entidades bancárias com presença na Catalunha enfretariam graves problemas de insegurança jurídica”. Desta maneira, “fazem um apelo aos líderes políticos para que, por meio do diálogo, impulsionem as reformas que permitam progredir na consequência de maiores níveis de bem-estar e coesão social para todos”.

E concluem: “Estas dificuldades obrigariam as entidades a reconsiderar a sua estratégia de implantação, com o consequente risco de redução da oferta bancária e, com isso, de exclusão financeira e encarecimento e escassez do crédito”.

Fazem parte da AEB os bancos Sabadell, CaixaBank, Santander e BBVA, enquanto a CECA agrupa os bancos procedentes de antigas caixas de depósito.

De acordo com o El Mundo, a hipotética saída da Catalunha da zona euro faria com que os bancos CaixaBank e Sabadell perdessem o acesso direto a financiamentos do Banco Central Europeu e os seus clientes não teriam garantia de receber o Fundo de Garantia de Depósitos.

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A declaração das entidades bancárias foi seguida por um comunicado divulgado esta sexta-feira pelo Circuito de Empresários, associação da qual fazem parte importantes empresas do país. O texto adverte para os “gravíssimos danos no caso de secessão” e convoca os catalães a votar contra a rutura.

“Apelamos ao bom sentido da cidadania catalã (…) para que evite com o seu voto empreender um caminho de difícil retorno, pois romperia os laços sociais e as relações económicas”, afirma.

Segundo a última sondagem da Sigma Dos para o grupo de comunicação Mediaset, o bloco Junts pel Sí, liderado pelo atual presidente do Governo da Catalunha, Artur Mas, ganharia as eleições de 27 de setembro ao conseguir entre 65 e 66 assentos parlamentares, com um total de 40,3% de votos. Para conseguir a maioria absoluta, o bloco contaria com o apoio do partido CUP, que conseguiria 10 assentos de acordo com os dados divulgados.

Ainda de acordo com a sondagem, os independentistas ganhariam em três das quatro províncias da Catalunha. A única exceção é Barcelona, onde o cenário está mais dividido.