“É sempre tempo excessivo quando qualquer pessoa, qualquer que ela seja, está num tempo de prisão preventiva que não seja justificada por razões absolutamente ponderadas e muito fortes e nunca pode ser por razões de investigação.” Francisco Louçã reagiu assim ao fim da prisão domiciliária de José Sócrates, aplaudindo a decisão do Ministério Público: “Ainda bem, ela prolongou-se tempo demais“.
A alteração da medida de coação do ex-primeiro-ministro foi bem acolhida por Louçã que falava à SIC Notícias, na noite desta sexta-feira: “A investigação tem que ser feita preservando o direito das pessoas que estão a ser investigadas porque quem acusa não julga. Quem julga é o tribunal. É preciso fazer essa diferença. Portanto, acolho com simpatia esta decisão.” E acrescentou: “Quanto mais depressa o julgamento se fizer, ou seja, a acusação for apresentada e o julgamento se realizar, melhor é para a justiça portuguesa, para José Sócrates e todas as pessoas que têm preocupações com uma justiça que seja confiável”.
Questionado sobre a libertação de Sócrates, António Costa também reage na RTP: “Qualquer pessoa que recupera a liberdade, naturalmente é uma boa notícia para qualquer ser humano. A liberdade é a garantia maior, o bem maior que qualquer ser-humano pode ter”.
Já Paulo Portas, como é seu hábito nestes temas, recusa-se a fazer qualquer comentário: “À política o que é da política, à justiça o que é da justiça“.
José Sócrates saiu este sábado de casa para visitar o ex-Presidente da República Mário Soares. À chegada á porta de casa do ex-chefe de Estado, no Campo Grande em Lisboa, afirmou aos jornalistas: “Quero retribuir tudo o que fez por mim, foi o meu melhor amigo durante este tempo todo“. José Sócrates chegou no carro de Mário Soares, que tinha enviado o seu motorista para transportar o ex-primeiro-ministro.