Mesmo que a temperatura global aumente apenas dois graus Celsius até 2100, o impacto em algumas megacidades costeiras vai ser bastante significativo. O nível da água do mar poderá subir tanto que certas zonas de cidades como Nova Iorque, Xangai e Bombaim, poderão ficar submersas, afetando a vida de, pelo menos, 130 milhões de pessoas. Se, no entanto, a temperatura aumentar quatro graus, como apontam as trajetórias atuais, a subida do mar poderá afetar entre 470 a 760 milhões de pessoas.
Estas conclusões constam de um estudo do Climate Central, uma organização científica sediada nos Estados Unidos da América que se dedica à análise das alterações climáticas e suas consequências. Este trabalho, que mapeou as principais zonas de risco em todo o mundo, é mais uma pressão aos líderes globais, que no fim deste mês vão estar reunidos em Paris para tentar definir novas metas para as emissões de dióxido de carbono e, assim, tentar reduzir o aumento da temperatura em dois graus Celsius.
A China, que é atualmente o país que mais dióxido de carbono emite para a atmosfera, é também o país que mais tem a perder com a subida do nível da água do mar, conclui o estudo. Se a temperatura aumentar quatro graus, como os cenários atuais apontam, 145 milhões de pessoas poderão sair afetadas, enquanto se aumentar dois, o número desce para 64 milhões. Entre as megacidades que enfrentam mais problemas estão Xangai, Hong Kong, Calcutá, Bombaim, Jacarta, Hanói e Daca — todas na Ásia. No entanto, países como os Estados Unidos, o Brasil, a Holanda e o Egito também vão sentir repercussões da subida do nível da água do mar.
Numa das ferramentas com mapas interativos disponibilizada pelo Climate Central é possível ver o impacto da subida do mar em todas as zonas do globo. Para Lisboa, por exemplo, prevê-se que a água suba 1,5 metros até 2190 se se mantiverem os atuais níveis de poluição da atmosfera. Por essa altura, zonas como Alcântara, Santa Apolónia e o Beato estarão submersas.
A equipa fez algumas montagens fotográficas para mostrar como algumas cidades vão ficar, previsivelmente a partir daqui a dois séculos.
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