A candidata à presidência da República, Maria de Belém, defendeu este sábado que o chefe do Estado deve estar acima dos interesses partidários, mas com opinião sobre as coisas, coerente com o percurso de vida.

“O Presidente da República tem de estar acima dos interesses partidários, mas ter opiniões sobre as coisas, que devem ser coerentes com o seu percurso de vida”, afirmou, em declarações à Lusa.

Falando em Marco de Canaveses, onde participou num almoço com algumas dezenas de apoiantes do interior do distrito do Porto, entre os quais Francisco Assis, Belém recordou ser militante do PS e ter “opções claras”.

“Toda a gente sabe que, quando tenho de escolher entre o interesse partidário e o interesse nacional, eu escolho sempre o interesse nacional, mas não abdico de ter as minhas próprias opções ideológicas, por uma questão de transparência política”, assinalou.

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Recusando-se a comentar o programa do Governo liderado por António Costa, Maria de Belém reafirmou que as pessoas podem esperar, se for eleita, “isenção e independência e buscar sempre, nas soluções que ajude a construir, o interesse nacional”.

A candidata salientou que, no seu percurso político, nunca contribuiu “para crispações, para picardias políticas e para criação de factos políticos que ponham uns contra os outros”.

“A minha mensagem foi sempre de bom senso e serenidade”, vincou.

Questionada sobre o momento político de instabilidade que o país tem atravessado nas últimas semanas, Belém comentou: “O que se percebe é que o papel do Presidente da República não é irrelevante. É um papel que tem muita importância em momentos de indefinição. É fundamental que o Presidente da República seja um construtor de estabilidade e de pontes e mobilizador de vontades”.

A antiga presidente do PS frisou ainda o papel do chefe do Estado “na redução das desigualdades entre pessoas e entre regiões”.

No almoço de apoio, participou o eurodeputado Francisco Assis que “estas primárias à esquerda [primeira volta das presidenciais] são absolutamente essenciais para que, quem passe à segunda volta, seja a Maria de Belém, porque só ela está em condições de unir toda a esquerda, penetrar no centro e ir buscar alguns votos à direita e derrotar Marcelo Rebelo de Sousa”.

Para Assis, citado pela SICN, “tudo o que se passou até agora reforça a convicção de que o país precisa de Maria de Belém como Presidente da República”.

E acrescentou: “Hoje vivemos num país profundamente dividido e com um nível de crispação política como não há memória há muitos anos. Essa crispação política, do meu ponto de vista, não vai diminuir nos próximos meses. Precisamos, por isso, de um Presidente da República que seja gerador de unidade nacional”.