A chita, o animal terrestre mais veloz do mundo, será originária da América do Norte, de onde migrou para África e aí ficou isolado, revela um estudo publicado na revista científica Genome Biology.
Da família dos felídeos e que pode atingir velocidades superiores a 100 quilómetros por hora, a chita é um predador associado às planícies africanas mas será originária da América, tendo migrado para África há 100 mil anos, durante a última idade do gelo, e acabado por ficar isolada neste continente.
O estudo foi conduzido por uma equipa de 35 cientistas de 10 países, um deles o investigador Agostinho Antunes, do Centro Interdisciplinar de Investigação Marinha e Ambiental, da Universidade do Porto. A equipa sequenciou, montou e comparou o genoma de um macho chita da Namíbia e de outras seis chitas selvagens da Tanzânia e Namíbia.
Segundo Agostinho Antunes a chita (zona oriental e austral de África) é uma espécie ameaçada e com populações reduzidas, tendo o estudo do genoma revelado que o “empobrecimento genómico” do mamífero é responsável por uma “elevada mortalidade juvenil, anomalias extremas no desenvolvimento do esperma e aumento da vulnerabilidade a surtos de doenças infeciosas”.
O investigador português explica, num comunicado, que a chita é próxima do puma norte-americano e que terá viajado para a Ásia e daí para o sul de África. “A migração levou a uma elevada diminuição das populações de chita, causando uma redução drástica da sua herança genética devido a cruzamentos consanguíneos”, diz, acrescentando que há cerca de 10 a 12 mil anos a chita sofreu um segundo estrangulamento populacional.
Agostinho Antunes é licenciado e biologia e especialista em genética animal, e genética molecular e evolução.