Eu compreendo e respeito a dificuldade que o senhor primeiro-ministro tem em libertar-se dos últimos quatro anos. Há de compreender que o meu dever é governar o dia de hoje com os olhos postos no futuro e não passar o tempo a alimentar consigo um debate sobre o seu passado.

Estas palavras podiam ter sido pronunciadas por António Costa há mais de dois meses, antes de o líder do PS ter constituído Governo e tomado posse a 26 de novembro de 2015. Mas não: as palavras de o ex-presidente da Câmara de Lisboa foram ditas esta sexta-feira no debate quinzenal. Por duas vezes, o atual primeiro-ministro equivocou-se e dirigiu-se a Pedro Passos Coelho para o chamar de “senhor primeiro-ministro”.

Mas corrigiu-se mais tarde, numa outra resposta ao deputado do principal partido da oposição: “Senhor deputado Pedro Passos Coelho, com toda a cordialidade, convido-o a vir para o presente, porque no presente é muito bem recebido”, disse António Costa, sem se livrar de que a gafe provocasse burburinho no Parlamento. Veja o vídeo aqui em baixo.

https://www.youtube.com/watch?v=HA8iL3gx1aw

Erros deste género não são raros no hemiciclo. E Pedro Passos Coelho já se enganou também. Aconteceu em maio de 2015, quando o primeiro-ministro à época se dirigiu a Catarina Martins (Bloco de Esquerda) sobre Paulo Portas, a quem, em vez de vice-primeiro ministro, ou seja, seu número dois, tratou como líder da oposição, dizendo: “Em primeiro lugar, nunca na vida enxovalhei ninguém, muito menos o líder do principal partido da oposição, está muito equivocada”.

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