A pressão dos mercados sobre a dívida soberana de Portugal aumentou esta segunda-feira fazendo subir os juros das obrigações no prazo dos 10 anos acima dos 3,3%.

Pelas 14h15 (hora de Lisboa), e num dia em que o índice ASE, da bolsa de Atenas, segue a afundar 7,89% para 464,13 pontos, penalizado pelo setor financeiro grego que caía 14,76%, os investidores manifestavam também “alguma incerteza” sobre Portugal, no primeiro dia útil após a apresentação da proposta de apresentação do Orçamento de Estado para 2016.

A taxa de juro das obrigações a 10 anos em Portugal subiu dos 1,744% do fecho na sexta-feira para 3,342% esta segunda-feira, o nível mais alto em seis meses.

Na verdade, e segundo a agência Efe, o diferencial das obrigações de Portugal a 10 anos, face às obrigações de dívida alemã no mesmo prazo, atingiu máximos desde março de 2014, ao superar os 300 pontos base, devido também à queda da rentabilidade dos títulos germânicos.

No prazo dos cinco anos, os juros da dívida de Portugal estavam igualmente pressionados ao subirem de 1,743% no encerramento de sexta-feira para 1,938% à mesma hora desta segunda-feira.

Os investidores veem Portugal como um dos países da Europa mais sensíveis à turbulência nos mercados, depois de ter realizado uma saída limpa, isto é, com êxito do resgate financeiro em maio de 2014.

Nesse período, a pressão sobre os juros da dívida atingiu níveis insustentáveis e o rendimento das obrigações a dez anos chegou a superar os 17%.

A proposta de Orçamento de Estado para 2016, entregue no Parlamento português na sexta-feira, vai ser discutida na especialidade a 22 de fevereiro e a votação final será a 16 de março deste ano.

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