A presidente do CDS-PP afirmou esta sexta-feira que os centristas procurarão sempre apresentar as suas alternativas relativamente ao Programa Nacional de Reformas, mas mostrou-se indisponível para se sentar à mesa com um Governo “encostado às esquerdas radicais”.

“Nós faremos a nossa reflexão dentro do CDS e aquilo que vos posso dizer é que seremos sempre atores construtivos de propostas em matérias que são relevantes para o país, não nos parece que estejamos propriamente disponíveis para nos sentarmos à mesa com um Governo que está encostado às esquerdas radicais e em relação ao qual nós somos uma oposição firme”, afirmou Assunção Cristas aos jornalistas.

Em declarações aos jornalistas enquanto decorria a primeira reunião da comissão executiva do CDS-PP saída do último Congresso do partido, a líder afirmou que, “no quadro de uma oposição firme e consistente a este Governo”, procurará “sempre mostrar as alternativas do CDS”.

O líder do PSD, Pedro Passos Coelho, afirmou na quinta-feira em Bruxelas que os sociais-democratas estão “muito disponíveis para discutir as reformas”, mas salientou que para tal é necessário que o Governo “ande para trás” na sua política de as “desfazer”.

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O primeiro-ministro, António Costa, anunciou na quarta-feira no parlamento que depois da Páscoa começa o debate sobre o Programa Nacional de Reformas, avançando que nele o executivo presente resolver “os bloqueios estruturais” à competitividade.

A primeira reunião da comissão executiva, o órgão de direção mais restrito, que decorre na sede nacional do CDS, em Lisboa, serviu sobretudo para “arrumar ideias” e “discutir tarefas”, garantindo a “articulação com o gabinete de estudos”, que passou a ser liderado por Diogo Feio.

Foram distribuídas ‘pastas’ de acordo com as linhas prioritárias definidas no 26.º Congresso, que decorreu no último fim de semana em Gondomar.

Nesse sentido, a vice-presidente Cecília Meireles ficará com “a coordenação nas questões ligadas à supervisão”, incluindo a supervisão bancária, área em que o CDS quer mudar a forma de nomeação do Banco de Portugal.

Filipe Anacoreta Correia, que foi crítico de Paulo Portas, ficará, juntamente com Miguel Morais Leitão com a reforma do sistema de pensões, bem como com as matérias de conciliação do tempo de trabalho e familiar e o envelhecimento ativo.

O vice-presidente Adolfo Mesquita Nunes ficará com a ‘pasta’ da “dinamização da economia”, e Ana Rita Bessa com o estudo da ADSE, um subsistema de saúde dos funcionários públicos que Assunção Cristas admitia, na sua moção ao Congresso, pudesse ser alargado a todos os trabalhadores que a ele quisessem aderir.