Os sismos que abalaram o sudoeste do Japão desde quinta-feira fizeram, pelo menos, 41 mortos, um balanço que pode vir a aumentar, uma vez que ainda há muitas pessoas feridas sob os escombros, avança a France-Presse. A probabilidade de novas réplicas é também elevada. “Sabemos que há pessoas debaixo dos escombros em vários locais. A polícia, os bombeiros e as forças de autodefesa [do Exército] estão a fazer tudo para as socorrer”, disse o porta-voz do governo, Yoshihide Suga, numa conferência de imprensa.

Cerca de mil pessoas ficaram feridas, 184 delas com gravidade, segundo os números avançados pelas autoridades locais. Mais de 90 mil residentes da área de Kumamoto, onde decorreram vários sismos de grande intensidade nas últimas 48 horas, foram evacuados. Cerca de 300 moravam na zona ribeirinha, próxima de uma barragem em risco e ruir. As equipas de salvamento estão a tentar agir rapidamente, já que a região enfrenta também um alerta de tempestade para este fim de semana.

“Antes de mais temos de salvar vidas, temos de agir depressa”, disse o Primeiro-Ministro japonês, Shinzo Abe, que cancelou uma visita à zona e que convocou um conselho de crise depois de ordenar o destacamento de 20 mil militares para a região.

O sudoeste do Japão foi abalado por mais de 100 tremores de terra desde quinta-feira, altura em que foi registado o primeiro sismo, com uma magnitude de 6,5 na escala de Richter. A este, seguiu-se outro de 6,4. Ambos provocaram nove mortos e cerca de 900 feridos, 50 com gravidade.

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O último, e também o mais forte (7,3 na escala de Richter), ocorreu este sábado às 1h25 (16h25 de sexta-feira em Lisboa) e obrigou a ativar o alerta de tsunami em parte da costa oeste da ilha de Kyushu, onde foi localizado o epicentro, a dez quilómetros de profundidade.

Os voos previstos para este sábado com partida ou chegada do aeroporto de Kumamoto foram todos cancelados e o serviço de comboios de alta velocidade, o Shinkansen, foi suspenso. A Associated Press deu conta de que o Mount Aso — o maior vulcão ativo no Japão, localizado precisamente em Kyushu — terá entrado em erupção na sequência deste sismo. Só ainda não está claro se os dois fenómenos estão interligados.

Desde o primeiro sismo registaram-se mais de 300 réplicas nas regiões de Kumamoto e Oita e, depois do segundo, 69, uma delas de magnitude 5,4, segundo a agência meteorológica japonesa. A agência alertou para a probabilidade de novos sismos, alguns de elevada intensidade, e para o risco de novos deslizamentos de terras, tendo em conta a previsão de chuva forte durante o fim de semana na região.

Localizado na junção de quatro placas tectónicas, o Japão sofre anualmente cerca de 20% dos terramotos mais fortes registados no mundo.