Depois de ter dito que o PS tinha perdido a “vergonha na cara”, de acusar a atual direção de estar a “afundar o PS” e de ter denunciado os negócios do melhor amigo de António Costa, António Galamba, ex-deputado socialista e crítico assumido da estratégia escolhida pelo líder socialista, volta à carga e não poupa o ministro da Educação, Tiago Brandão Rodrigues. Para António Galamba, com um “alienígena” na pasta da Educação o “risco de disparate é grande”.

“O problema é que quando se tem na educação um alienígena da realidade portuguesa que, entre a sobredose ideológica e o aprisionamento pelos sindicatos, acha que pode brincar com a vida das crianças e dos jovens nos currículos, nos exames e nas matrículas, o risco de disparate é grande”, escreve o segurista, num artigo de opinião publicado no jornal i.

Em causa está a mais recente batalha travada pelo Ministério da Educação e a intenção manifestada por Tiago Brandão de Rodrigues de deixar de financiar novas turmas em colégios privados em zonas onde exista escola pública, alterando as regras dos colégios com contrato de associação. O novo regime apanhou de surpresa os 86 colégios com contratos de associação, que acusam a tutela de “má fé” e de “violar a lei”.

Ora, para António Galamba, o que se passa é simples: “A doutrina do ‘acabar com a mama’ não pode significar, como acontece na educação e noutros serviços públicos, o redirecionar da mama do privado para o público, sem ter em conta o interesse daqueles a quem o serviço é prestado e a estabilidade mínima das opções políticas”.

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Mais, acrescenta o socialista. “Não é de esquerda reorientar a ‘mama’ para que mudem apenas os ‘mamões’ (…) Quando o cidadão deixa de estar no centro das políticas, algo vai mal”.

Descontente com a forma como Tiago Brandão Rodrigues tem conduzido o Ministério da Educação, António Galamba, que fez parte da direção de António José Seguro no PS, exige o “mínimo de respeito” por alunos, pais e professores — e volta a acusar Brandão Rodrigues de ser refém de Mário Nogueira, líder da Fenprof.

“A não ser assim, de três em três meses, por ocasião da avaliação do Ministro pelos Sindicatos, corre-se o risco das novidades serem de instabilização das comunidades e de satisfação dos de sempre. E nesse quadro, os louvores dos sindicatos ao ministro sairão sempre bem caros ao país”, escreve, ainda, António Galamba.