O Monte Atos, ou Monte Sagrado, é uma montanha numa península grega que é interdita a mulheres e crianças há mais de mil anos.
A montanha alberga 20 mosteiros ortodoxos, espalhados ao longo de 33.ooo hectares. Vladimir Putin, o presidente russo visitou a península, para celebrar o 1000º aniversário de um mosteiro ortodoxo russo na península. Esta é a segunda vez que o presidente russo visita o santuário de San Pandeleimonos.
O Monte Atos serve de casa a 1.400 monges e permite apenas a visita de 100 peregrinos ortodoxos e de 10 não ortodoxos e é totalmente interdita a mulheres e crianças.
Tanto crianças como mulheres não podem nem pisar o território nem aproximar-se a menos de 500 metros das suas margens, informa a BBC.
Esta proibição não se aplica apenas a seres humanos, segundo o doutor Graham Speake, um regulamento do século X afirma que todos os animais que são fêmeas também são excluídos da península, que é considerada na sua totalidade como parte do mosteiro.
Speake conta ainda outra lenda que explica o porquê de as mulheres não poderem estar naquele local: “Diz-se que a Virgem Maria se desviou, acidentalmente, enquanto navegava para o Chipre e acabou no Monte Atos. Gostou tanto da montanha que pediu ao seu filho que lhe cedesse aquele local e ele aceitou.”
Relativamente à proibição das crianças, a regra era a de que só podiam estar no território homens com barbas – como forma de evitar que mulheres disfarçadas de homem entrassem. Hoje em dia o monte pode ser visitado por crianças, desde que estejam acompanhados por um adulto.
No entanto, apesar de todas as proibições, algumas mulheres já estiveram no Monte Atos. Durante a guerra civil grega, entre 1946 e 1949, os monges do Monte Atos ofereceram santuário a rebanhos locais e algumas mulheres aproveitaram a oportunidade para se refugiarem nos mosteiros.
Mas em 1953, María Poimenidou, uma mulher grega, entrou na área do Monte Atos vestida de homem e fez com que o estado grego aprovasse uma lei que proibia o acesso das mulheres à ilha, sob pena de 12 meses de prisão.
Mais recentemente, em maio de 2008, quatro mulheres moldavas foram deixadas nas praias da península, por traficantes ucranianos. A polícia deteve as mulheres, mas os monges perdoaram-nas e estas não foram julgadas.