No ano passado houve menos alunos a chumbar em todos os níveis do ensino obrigatório. A redução mais acentuada verificou-se no 9.º ano de escolaridade, de acordo com os dados mais recentes divulgados pela Direção-Geral de Estatísticas da Educação e Ciência (DGEEC).

Começando precisamente pelo 9.º ano — que é onde se nota um maior progresso neste indicador –, no ano passado, um em cada 10 alunos matriculados ficou retido, o equivalente a uma taxa de retenção de 10,61%, analisando os dados em bruto, referentes apenas ao ensino regular e Portugal Continental, apresentados nas “Estatísticas da Educação 2014/2015”. Em 2013/2014 essa taxa fixou-se nos 15,03%. A quebra foi assim de 4,43 pontos percentuais.

O ano com a segunda maior quebra nos chumbos foi o 6.º, que corresponde ao fim do 2.º ciclo, onde havia prova final a contar 30% para a nota. Nesse ano de escolaridade a taxa de retenção rondou os 8,6%, menos 3,05 pontos percentuais do que no ano anterior.

Ainda assim estes não são os anos de escolaridade onde menos alunos chumbam. É no 4.º e no 3.º anos que se encontram as mais baixas taxas de retenção: 2,25% e 3,9% respetivamente. No extremo oposto, é no conjunto do ensino secundário (18,3% de chumbos), com incidência para o 12.º ano, e no 7.º ano (15,13%) que mais alunos ficam retidos.

Ao Expresso, o ex-ministro da Educação, Nuno Crato, destacou que “o que é mais notável é que o sucesso subiu com a exigência”, referindo-se à avaliação externa no 4.º e 6.º anos introduzida durante o seu mandato e que o atual Governo já substituiu por provas de aferição (que não contam para nota) no 2.º, 5.º e 8.º anos.

Os dados agora disponibilizados pela DGEEC permitem ainda confirmar que o número de alunos matriculados desde o pré-escolar até ao ensino secundário caiu continuou a cair. Ao todo, considerando jovens e adultos, ensino público e privado, e todos os níveis de ensino, incluindo pré-escolar, havia, em 2014/2015, 1.699.976 inscritos, 80,3% dos quais no público. O total de alunos caiu 0,5% face ao ano anterior e se recuarmos cinco anos aí a quebra é mais notória: 15,6%.

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