A secretária-geral adjunta do PS criticou este sábado a ida de Durão Barroso para o Goldman Sachs. Ana Catarina Mendes disse que “Durão Barroso foi presidente da Comissão Europeia nos piores anos do projeto europeu” e como prémio foi para o Goldman Sachs, “principal causadora da destruição dos direitos sociais na União Europeia”.

Na abertura do VII Congresso da Tendência Sindical Socialista da UGT (TSS/UGT), que decorre este sábado em Lisboa, Ana Catarina Mendes alertou que o projeto europeu de paz e de solidariedade “está hoje ameaçado pelas políticas neoliberais dos últimos dez anos” que foram conduzidas pela Comissão Europeia, enfatizando que “Durão Barroso foi presidente da Comissão Europeia nos piores anos do projeto europeu”.

E que prémio podia ter Durão Barroso? Só ficar naquela que foi a principal causadora da destruição dos direitos sociais na União Europeia e é contra isto que nós temos que continuar a estar”, condenou.

A Goldman Sachs International (GSI) anunciou na sexta-feira a nomeação de José Manuel Durão Barroso para seu presidente não executivo e consultor do banco de investimento.

A secretária-geral adjunta do PS avisou que “o medo voltou a pairar” na Europa e, antecipando a intervenção do ex-primeiro-ministro José Sócrates neste congresso sobre o desencantamento europeu, defendeu que “o mal não está nas instituições, mas nos protagonistas do PPE”, que são “neoliberais, conservadores e xenófobos”.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Ana Catarina Mendes esteve nesta reunião da tendência sindical socialista em representação do PS – uma vez que o líder socialista e primeiro-ministro, António Costa, está em Varsóvia na cimeira da NATO – e enfatizou que “o sindicalismo é o terreno político de maior importância no combate político do PS”.

“O PS sabe onde está a maioria dos socialistas que se empenham no sindicalismo. Sabemos bem que é na UGT e nos sindicatos da UGT que está filiada a maior parte dos socialistas que são ativistas sindicais”, vincou. Segundo a dirigente socialista, “o projeto sindical da UGT abraça valores e princípios que são partilhados pelo PS, ao contrário de outros projetos sindicais mais centrados na sobrevivência dos movimentos comodistas e de movimentos unitários com modelos orgânicos de outras épocas históricas”.

“Respeitando igualmente as duas centrais sindicais, sabemos que é na UGT que a visão do mundo e do futuro de Portugal encontra maiores repercussões, comunhões e pontos de vista com o PS”, observou.

Na abertura dos trabalhos discursou ainda o secretário-geral da TSS/UGT, Carlos Silva, que começou por dar as boas vindas à nova sede da central sindical, localizada numas antigas instalações da Universidade Lusófona, tendo começado por falar do Estado da Nação, já que, “apesar de tudo”, Portugal um ano depois está melhor.

“Os trabalhadores sentem que hoje há um grau crescente de confiança pelas políticas do PS. Reconhecem os esforços que o PS no Governo está a fazer para devolver a esperança aos trabalhadores”, enfatizou. Carlos Silva pediu a Ana Catarina Mendes para levar a António Costa uma mensagem: “Que os sindicalistas socialistas se regozijam pelo tanto que foi feito em sete meses de Governo”.