António Guterres voltou a ser o candidato ao cargo de Secretário-Geral das Nações Unidas com melhor votação junto dos 15 países do Conselho de Segurança da ONU. Este resultado confirma o favoritismo do ex-primeiro-ministro português, que ainda assim viu surgir dois votos de “desencorajamento”, depois de uma primeira votação em julho onde nenhum país se opôs à sua candidatura.

Ao todo, recebeu 11 votos de “encorajamento”, dois de “desencorajamento” e outros dois de “não-opinião”. Nesta fase, a votação é feita de forma secreta.

Segundo informação veiculada por vários observadores das Nações Unidas, entre jornalistas e diplomatas, Vuk Jeremić, atual presidente da Assembleia das Nações Unidas e antigo ministro dos Negócios Estrangeiros da Sérvia, surgiu em segundo lugar, com oito votos de “encorajamento”, quatro de “desencorajamento” e três de “não-opinião”.

Depois, por ordem de preferência seguiram-se: Susana Malcorra, ministra dos Negócios Estrangeiros da Argentina; Danilo Türk, ex-Presidente da Eslovénia; a búlgara Irina Bokova, diretora da UNESCO; o macedónio Srgjan Kerim, ex-presidente da Assembleia Geral das Nações Unidas; Helen Clark, ex-primeira-ministra da Nova Zelândia; a costa-riquenha Christiana Figueres, secretária executiva da Convenção das Nações Unidas Para As Alterações Climáticas; Natalia Gherman, primeira-ministra da Moldávia; Miroslav Lajčák, ministro dos Negócios Estrangeiros e vice-primeiro-ministo da Eslováquia; e Igor Lukšić, ministro dos Negócios Estrangeiros do Montenegro.

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Antes desta votação, a ex-ministra dos Negócios Estrageiros da Croácia, Vesna Pusić, desistiu da corrida, depois de ter ficado em último lugar no primeiro pronunciamento dos 15 países do Conselho de Segurança da ONU.

Esta foi a segunda votação favorável daquele órgão para António Guterres. A 21 de julho, já tinha sido o candidato com maior taxa de aprovação junto daquele órgão.

Votação é meramente indicativa e será repetida até haver consenso

O Conselho de Segurança da ONU é composto por 15 países. Entre estes, há cinco que são membros permanentes: China, Rússia, França, Reino Unido e EUA, que no seu conjunto são conhecidos como os P-5. Depois, sobram 10 países membros rotativos: Angola, Egito, Japão, Malásia, Nova Zelândia, Senegal, Espanha, Ucrânia, Uruguai e Venezuela. A última vez que Portugal fez parte deste órgão foi 2011-12, quando foi eleito pela terceira vez para fazer parte daquele lote de 10 membros rotativos.

A votação do Conselho de Segurança é meramente indicativa e não tem poder vinculativo. Porém, como acontece noutras decisões tomadas por aquele órgão, os cinco membros permanentes têm de estar de acordo em relação ao nome escolhido.

Esta necessidade irá provavelmente exigir uma continuação do jogo de bastidores dos vários candidatos em torno das sensibilidades dos vários países. Alguns ecoam os desejos de que a próxima pessoa a liderar as Nações Unidas seja uma mulher, a primeira a ocupar aquele cargo. Ao mesmo tempo, a Rússia tem procurado alguém mais próximo de Moscovo, ou pelo menos que não seja contrário às suas políticas.

A expectativa é que os candidatos com resultados menos favoráveis se retirem da corrida, permitindo a que, através de uma sucessão de votações, o Conselho de Segurança da ONU indique unanimemente o nome do candidato, que depois será submetido a uma votação, essa sim determinante, das Assembleia Geral da ONU.

A eleição final deverá acontecer entre setembro e outubro deste ano. Ban Ki-moon termina o seu mandato a 31 de dezembro de 2015.