Os combustíveis representaram um quinto da receita do Estado com Impostos Sobre Produtos (ISP) em 2014, num total de 4.100 milhões de euros, valor que subirá devido ao aumento de ISP no início de 2016, segundo um estudo divulgado esta terça-feira.

“Este setor representou, em 2014, 20% do total da receita do Estado nos Impostos sobre Produtos e não estando aqui refletido o aumento de ISP [imposto sobre produtos petrolíferos] que ocorreu em 2016, podemos estimar que este peso irá aumentar num futuro próximo”, revela o estudo ‘Contributo da indústria petrolífera para a economia portuguesa’, elaborado pela AUDAX-ISCTE.

O mesmo realça que “não há outro setor que represente tanto”.

Segundo a análise encomendada pela Associação Portuguesa de Empresas Petrolíferas (Apetro), o setor contribui de forma direta, indireta e induzida para 53.000 postos de trabalho, dos quais 20.000 são postos de trabalho diretos.

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Esta indústria tem um Valor Acrescentado Bruto (VAB) direto e indireto de aproximadamente 1.900 milhões de euros e é fortemente exportador.

“É um setor duplamente importador e exportador, emergindo na balança de bens dos dois lados, com particular importância nos últimos, com exportações quer de gasolina, quer de gasóleo, inclusive, por paradoxal que pareça, para mercados que são dotados endogenamente da matéria-prima”, destaca o estudo coordenado pelo professor do ISCTE Eurico Brilhante Dias.

O investimento no processo de refinação, em Matosinhos e em Sines, permitiu alterar o perfil importador do setor, que hoje exporta refinados para países, em alguns casos, exportadores de petróleo, como é o caso do México.

Em 2015, o setor foi responsável por 3.700 milhões de euros de exportações de combustíveis e lubrificantes em 2015, representando entre 7,3% e 8% do total de exportações de bens nacionais.