O primeiro-ministro avançou que as duas linhas de financiamento que visam apoiar o desenvolvimento de startups estão já no terreno e que, a prazo, poderão alavancar investimentos superiores a 300 milhões de euros. António Costa falava no encerramento do evento que deu a conhecer as 66 startups vencedoras do concurso de ideias Road2WebSummit, lançado pela Governo no programa Startup Portugal.

Os projetos distinguidos esta quarta-feira vão representar Portugal naquela que é a maior conferência de empreendedorismo, tecnologia e inovação, e que decorre em Lisboa de 7 a 10 de novembro, a Web Summit.

“A Web Summit é uma forma de afirmar o país, de lhe dar um perfil diferente daquele pelo qual é conhecido. Já sabemos que somos hoje um grande destino turístico, grandes produtores de sapatos, temos o melhor azeite do mundo, estamos a ficar com os melhores vinhos do mundo, somos ótimos no têxtil, mas temos de ter outro perfil. Também somos bons na indústria automóvel, somos parceiros de um projeto na indústria aeronáutica e temos hoje uma multiplicidade de empresas na área das novas tecnologias e de inovação que dão um novo perfil ao país”, afirmou o primeiro-ministro no Hub Criativo do Beato.

António Costa referiu que as duas linhas de 126 milhões de euros para financiamento a empresas, que arrancam esta quarta-feira, são “as maiores” de sempre. “Visam alavancar um investimento global superior a 300 milhões de euros. São as duas maiores linhas algumas vez abertas de financiamento para criar startups em Portugal”, declarou.

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Esta quarta-feira iniciam-se também as candidaturas para os Vales de Incubação e os Startup Voucher, medidas que o Governo já tinha anunciado aquando o lançamento do Startup Portugal, estratégia do executivo liderado por António Costa para dinamizar o empreendedorismo.

Os Vales de Incubação visam promover a integração de empreendedores e startups no ecossistema e traduzem-se num apoio de 5 mil euros por candidatura aprovada. A medida, que tem um investimento global de 10 milhões de euros, é financiada pelos programas operacionais do Portugal 2020. Startups vale que tenham acesso ao vale vão poder usá-lo em incubadoras certificadas pelo IAPMEI. Cada incubadora de empresas tem um limite de 20 projetos a apoiar por vale e as candidaturas terminam a 30 de dezembro.

Já os Startup Voucher consistem numa bolsa de 691,70€ mensais durante um ano. Podem candidatar-se jovens com menos de 35 anos, preferencialmente com o 12º ano de escolaridade e que, à fase da candidatura, estejam a residir no país ou no estrangeiro, mas que queiram lançar uma startup em Portugal. As candidaturas estão disponíveis no site do IAPMEI e abertas por um período de 2 meses.

“Web Summit é alavanca fundamental” para o país

António Costa referiu ainda que pela primeira vez há um grupo de startups portuguesas que vão integrar uma missão empresarial no Brasil (São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte) em outubro, estando também presentes em Macau no mês seguinte, no Fórum Empresarial da Lusofonia.

Sobre a “Web Summit 2016”, em Lisboa, o primeiro-ministro classificou o evento como “uma alavanca fundamental para uma estratégia que tem de mobilizar e contagiar o conjunto do país”.

“Estamos numa era em que o nosso mercado não são os 10 milhões residentes em território nacional, mas sim o mercado global. A era digital oferece-nos hoje essa possibilidade, que tem de ser agarrada”, acrescentou o líder do executivo.

O evento desta quinta-feira contou com a participação de cerca de 1000 pessoas, incluindo 400 fundadores de startups, numa sessão que juntou nas antigas instalações da Manutenção Militar, no Beato, o presidente da Câmara de Lisboa, Fernando Medina, o ministro da Economia, Manuel Caldeira Cabral, os secretários de Estado da Indústria, João Vasconcelos, e da Ciência, Maria Fernanda Rolo, e o presidente executivo da Web Summit, Paddy Cosgrave.