O programa COOPJOVEM 2016, lançado em Lisboa nesta sexta-feira, pode disponibilizar até 15.000 euros para apoiar a criação de cooperativas por jovens que não estudam nem trabalham, entre os 18 os 29 anos.

O ministro do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, Vieira da Silva, que participou na apresentação deste programa, explicou que os jovens que em Portugal não estudam nem estão inseridos no mercado de trabalho são “um número muito significativo” e os últimos dados do Instituto Nacional de Estatística (INE) apontam para a existência de 100 mil jovens nesta situação, embora num escalão etário mais curto, entre os 15 e 25 anos.

Neste grupo etário existem cerca de 9% de jovens que não estão na escola “o que é algo dramático, em termos individuais, como em termos coletivos”, lamentou Vieira da Silva, e que também não estão a frequentar alguma ação formativa e estão fora do mercado de trabalho.

“É um grupo significativo que enfraquece a nossa capacidade no presente, mas principalmente debilita a capacidade que temos como coletividade, como comunidade, de sermos capazes de ganhar as batalhas do futuro, porque estamos a perder uma parte significativa (cerca de 10%) daqueles que serão os atores da mudança da nossa economia e das nossas relações sociais”, disse o governante.

Esta é uma situação que o ministro considerou de “muito grave” e em relação à qual diz que o Governo está atento e a procurar dar uma resposta, exemplificando com o programa COOPJOVEM, organizado pela CASES — Cooperativa António Sérgio para a Economia Social, uma das medidas englobadas na Garantia Jovem.

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As candidaturas ao COOPJOVEM, um programa de apoio ao empreendedorismo cooperativo destinado à criação de cooperativas, visa a criação do auto emprego e prevê abranger o universo dos jovens que não estão no sistema de ensino, nem no mercado de trabalho (‘NEET’), estão abertas até 21 de dezembro.

A atividade cooperativa é para Vieira da Silva “muito importante”, adiantando que “alguns julgam e julgam mesmo com convicções profundas, que estamos a falar de realidades do passado, resquícios de um outro tempo, mas eu creio que estão enganados”, disse o ministro.

O governante entende que a “iniciativa cooperativa e, em particular, a iniciativa que é feita em cooperativa” tem um “enorme potencial de adesão” na sociedade moderna.

Uma em cada quatro pessoas na Alemanha e nos Estados Unidos fazem atualmente parte de uma cooperativa.

Vieira da Silva entende que a solução cooperativa é igualmente válida em áreas que não só as tradicionais, mas nas da indústria, comércio, agricultura até nas sociais.

O programa abrangerá jovens NEET que residam em Portugal Continental e que tenha habilitações literárias mínimas (nível de qualificação II ou 9.º ano de escolaridade).

O COOPJOVEM irá conceder bolsas até seis meses, apoio técnico e à constituição e instalação da cooperativa, até 15.000 euros, além da possibilidade de terem acesso ao investimento MICROINVEST (até 20.000 euros).