A ministra da Presidência e da Modernização Administrativa reiterou esta quinta-feira que não houve “acesso a qualquer informação confidencial” nas reuniões que António Domingues manteve com a Comissão Europeia antes de assumir a presidência da Caixa Geral de Depósitos (CGD).

Na quarta-feira, a Comissão Europeia confirmou ter-se reunido com o atual presidente da CGD para debater a recapitalização do banco público quando este ainda não tinha sido nomeado para o cargo e pertencia ainda aos quadros do BPI.

“Creio que o senhor secretário de Estado [Adjunto, do Tesouro e das Finanças] já esclareceu que na verdade foi com o Dr. António Domingues a Bruxelas e a Frankfurt para verificar se as condições que ele colocava para aceitar o cargo podiam ou não ser preenchidas, mas não houve nesse momento o acesso a qualquer informação confidencial”, respondeu Maria Manuel Leitão Marques aos jornalistas na conferência de imprensa do Conselho de Ministros de hoje.

Segundo a governante, no entanto, este assunto “não foi hoje tema do Conselho de Ministros”, reiterando que “a preocupação deste Governo é a estabilidade do sistema financeiro português”.

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Em declarações citadas esta quinta-feira pela rádio TSF, o secretário de Estado Adjunto, do Tesouro e Finanças disse que a primeira reunião aconteceu a 24 de março, quatro dias depois ser alcançado o acordo de princípio entre o governo e António Domingues para que o antigo administrador do BPI liderasse a CGD.

Ricardo Mourinho Félix já tinha explicado à TSF que “nesse dia, em Frankfurt, o agora líder do banco público acompanhou o Ministério das Finanças, como convidado, num encontro com Daniele Nouy, presidente do mecanismo único de supervisão europeu – o braço do BCE para a supervisão”.

Duas semanas depois, em 07 de abril, aconteceu nova reunião, desta vez em Bruxelas com a Direção-Geral de Concorrência (DGCOMP), mas sem a presença da comissária europeia para a Concorrência, Margrethe Vestager, que na quarta-feira disse que a equipa que lidera reuniu-se com António Domingues.

Em 15 de junho, decorreu nova reunião com a DGCOMP, outra vez com a presença de António Domingues e do Ministério das Finanças.

O secretário de Estado salientou que, aquando dos encontros, António Domingues não estava na posse de qualquer informação privilegiado sobre o banco.

António Domingues só a 31 de agosto assumiu funções como presidente da CGD, tendo renunciado ao cargo que mantinha no conselho de administração do BPI a 30 de junho.