A obra poética ‘A convergência dos ventos’, de Nuno Júdice, venceu por unanimidade o Prémio Literário António Gedeão 2016, instituído pela Federação Nacional dos Professores (Fenprof), que é entregue esta quinta-feira, em Lisboa. Segundo o júri, na obra, publicada em outubro do ano passado, “ressalta a mestria de uma escrita que se renova através de uma ‘metapoética’ depurada e de uma diversidade temática surpreendente nos seus tons disfóricos, críticos, irónicos ou de maior comprazimento”.
O júri foi constituído por José Manuel Mendes, da Associação Portuguesa de Escritores, Paulo Sucena, da Fenprof, e a investigadora Teresa Martins Marques, da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa.
O Prémio Literário António Gedeão tem por objetivo galardoar uma obra de poesia de um autor português e, como finalidade, distinguir trabalhos literários, de poesia e ficção narrativa, alternadamente, de professores no ativo ou aposentados, de qualquer grau de ensino, público ou privado, e também de docentes deslocados em outros serviços ou funções.
Nuno Júdice, de 67 anos, nasceu na Mexilhoeira Grande, no Algarve, é professor associado da Universidade Nova de Lisboa, onde se doutorou em 1989. Já este ano a sua obra ‘La materia delle poesia’, recebeu, em Itália, o Prémio Internacional de Poesia Europa in Versi/Prémio Carreira.
Em 2013 foi distinguido com o Prémio Rainha Sofia de Poesia Ibero-Americana, de Espanha, em 2014, com o Prémio de Poesia Poetas del Mundo Latino Víctor Sandoval, do México, e, em 2015, com o Prémio Argana de Poesia, da Maison de la Poésie, de Marrocos, e o Prémio Literário Fundação Inês de Castro – Tributo de Consagração. O poeta recebeu, entre outros, os prémios P.E.N. Clube, em 1985, D.Dinis, da Fundação Casa de Mateus, em 1990, e o da Associação Portuguesa de Escritores (APE), em 1994.
Tem livros publicados em várias línguas. Em Espanha, publicou uma antologia, na coleção ‘Visor’ de poesia, e, em França, está publicado na coleção ‘Poesie’, da editora Gallimard. Até 1999, Júdice dirigiu a revista Tabacaria, da Casa Fernando Pessoa. Em 2009, assumiu a direção da revista Colóquio/Letras da Fundação Calouste Gulbenkian.