O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, criticou, esta segunda-feira, o encerramento de fronteiras, dias depois dos Estados Unidos terem fechado durante 90 dias as fronteiras a habitantes de sete países de maioria muçulmana. “As fronteiras africanas permanecem abertas para aqueles que precisam de proteção quando muitas fronteiras estão fechadas, incluindo as dos países mais desenvolvidos do mundo”, disse Guterres no discurso que proferiu na reunião da União Africana (UA), a primeira em que participou enquanto secretário-geral da ONU.
Os países africanos figuram entre os “mais generosos” do mundo para os refugiados, disse Guterres.
A presidente cessante da Comissão da UA, a sul-africana Nkosazana Dlamini-Zuma, também se mostrou preocupada com o novo ambiente internacional, que se traduz em muitas incertezas para o continente africano. “É claro que, globalmente, estamos a entrar num período de turbulência; por exemplo, o mesmo país onde o nosso povo foi levado como escravo decidiu proibir os refugiados de alguns dos nossos países”, disse Dlamini-Zuma.
A cimeira dos 28 países da UA é uma das maiores dos últimos anos, e deverá analisar o pedido de Marrocos para a reintegração na organização e eleger um novo presidente da Comissão, dois assuntos que garantem divisões profundas dentro da organização, segundo a AFP.