O líder da extrema-direita na Holanda, Geert Wilders, disse este sábado, em Spijkenisse — a sul de Roterdão e baluarte do seu “Partido para a Liberdade” — que quer acabar com a “escumalha marroquina” que existe no país. Rodeado de forte dispositivo policial, aquele que é o favorito nas sondagens disse ainda em inglês querer “tornar a Holanda nossa outra vez“. As declarações do holandês fizeram lembrar o slogan de Trump durante as presidenciais norte-americanas: “Please, make the Netherlands ours again.”
Geert Wilders, que lidera as sondagens para as legislativas numa campanha eleitoral que começou esta quarta-feira, referiu-se à “escumalha marroquina na Holanda”, acrescentando: “É claro, nem todos são escumalha, mas há muita escumalha marroquina na Holanda que deixa nossas ruas perigosas, sobretudo jovens… e isso tem que mudar”. O líder populista dirigiu-se aos holandeses, dizendo que “se querem recuperar o país, se querem tornar a Holanda num país para os holandeses, na nossa casa, só podem votar [no ” têm de votar na extrema-direita.
As eleições legislativas na Holanda realizam-se a 15 de março e vão servir de barómetro para o crescimento do populismo na Europa. Depois do referendo favorável ao Brexit e da vitória de Donald Trump, as atenções viram-se para a Holanda. Embora a extrema-direita seja dada como favorita, para governar necessita de coligar-se com outros partidos para formar Governo. Os maiores partidos já fizeram saber que não se vão aliar a Wilders, sendo esperada uma grande coligação para evitar que a extrema-direita governe na Holanda.
Wilders vive debaixo de forte proteção policial e em parte incerta (como se estivesse num programa de proteção de testemunhas) desde que em 2004 um islamita (holandês, de origem marroquina) matou o realizador holandês Theo van Gogh.
As propostas do líder da extrema-direita incluem a saída da União Europeia, banir a imigração de muçulmanos e fechar todas as mesquitas do país.