O presidente da Assembleia da República, Eduardo Ferro Rodrigues, defendeu esta quinta-feira que os objetivos da segurança nacional jogam-se cada vez mais na participação em missões militares das organizações internacionais que Portugal integra.

“A segurança nacional defende-se com o contributo e a cooperação entre o setor da defesa e o setor da segurança. Os objetivos da segurança nacional jogam-se cada vez mais na participação em missões militares das organizações internacionais a que estamos vinculados”, defendeu Ferro Rodrigues.

O presidente da Assembleia da República intervinha numa conferência sobre a cooperação militar no âmbito da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP), promovida pela comissão parlamentar de Defesa Nacional. Ferro Rodrigues sublinhou que a NATO, a União Europeia e a ONU são prioridades identificadas pelo Conceito Estratégico de Defesa Nacional, frisando que a CPLP surge “como espaço de afirmação cultural, económica e política do mundo de língua portuguesa”.

“Quando se pensa em cortes orçamentais, já sabemos que para a opinião pública a Defesa vem logo à cabeça. Nada mais ilusório”, sustentou, recusando que a participação em missões militares internacionais deva ser vista como “secundária”.

A participação em missões no âmbito daquelas organizações “faz de Portugal um produtor de segurança internacional” e é “um instrumento decisivo de afirmação externa”, defendeu, acrescentando que “muita da margem de manobra” de Portugal na União Europeia se deve a essa “participação ativa”. No caso específico das missões de cooperação técnico-militar, Ferro Rodrigues defendeu que devem continuar “nas prioridades do país”, sublinhando que têm sido “uma dimensão muito relevante no aprofundamento da ligação entre os países da CPLP”.

“A importância da cooperação técnico-militar vai muito para lá das missões técnicas, na medida em que funciona mesmo como prolongamento da nossa presença, da nossa política externa e dos nossos interesses junto desses países”, disse.

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