O número de portugueses que emigrou para o Reino Unido para trabalhar caiu cinco por cento em 2016, em linha com a queda do fluxo migratório geral registado após o voto para o Brexit, foi esta quinta-feira divulgado.

Em 2016, 30.543 portugueses pediram um número de Segurança Social no Reino Unido, menos 1.758 do que em 2015, ano em que as inscrições atingiram um pico de 32.301. A inscrição na Segurança Social britânica é obrigatória para as pessoas que queiram trabalhar no país pela primeira vez, porém não equivale ao número exato de emigrantes portugueses que chegaram e ficaram ao Reino Unido porque não contabiliza dependentes nem pessoas inativas profissionalmente. Estas foram as primeiras estatísticas indicativas dos fluxos migratórios publicadas desde o voto no referendo de 23 de junho de 2016 que ditou a saída britânica da União Europeia.

Os mesmos números, divulgados pelo Ministério do Trabalho e Pensões, indicam que registaram-se quebras na imigração de outros países europeus, como Polónia (-16%, para 93.372), Hungria (-14%, para 19.152) ou Irlanda (-13%, para 15.332). Ainda assim, Portugal continua a ser a sexta maior fonte de imigração para o Reino Unido, atrás da Roménia, Polónia, Itália, Espanha, Bulgária e Índia.

Em dados separados, o Instituto Nacional de Estatísticas indicou que o número total de imigrantes desceu abaixo da barreira dos 300 mil, resultado tanto da diminuição de estrangeiros que entraram no país, como de residentes, britânicos e estrangeiros, que deixaram o Reino Unido. No período entre setembro de 2015 e setembro de 2016 entraram no país cerca de 596 mil pessoas, mas saíram 323 mil, o que resulta numa “imigração líquida” de 273 mil pessoas, menos 49 mil pessoas do que as 322 mil registadas entre setembro de 2014 e 2015.

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