Ao contrário da tensão dos últimos tempos, a conferência de líderes desta quarta-feira decorreu com tranquilidade. “Foi uma reunião soft“, disse um dos líderes parlamentares à saída. No encontro foi agendado o arranque da nova Comissão de Inquérito à CGD para 14 de março. Os nomes dos deputados que compõem a comissão — bem como o presidente, que será indicado pelo PSD — devem ser conhecidos até 8 de março.

O requerimento de PSD e CDS que cria potestativamente a nova comissão de inquérito foi entregue (e aceite) na última segunda-feira pelo presidente do Parlamento, Ferro Rodrigues, e pretende escrutinar a “atuação do XXI Governo Constitucional no que se relaciona com a nomeação e a demissão da administração do dr. António Domingues”.

Na reunião, conta um dos presentes, apenas “o PCP levantou a questão da sobreposição das duas comissões”. No entanto, PSD e CDS rebateram que “ainda há audições a fazer na primeira audição, logo tem de continuar em funcionamento”. E chegaram a consenso. “Foi tudo muito tranquilo, foi tudo muito soft“, esclareceu a mesma fonte.

Atualmente, está em funcionamento uma comissão de inquérito, constituída ainda na anterior sessão legislativa, e que se debruça sobre a gestão da Caixa Geral de Depósitos (CGD) desde o ano 2000 e os motivos na origem da necessidade de recapitalização do banco público. Este objeto tem sido invocado pela esquerda parlamentar para inviabilizar alguns pedidos do PSD e CDS-PP de audições e diligências, como a troca de comunicações entre o ministro das Finanças, Mário Centeno, e o anterior administrador da CGD, António Domingues. Isso levou a direita parlamentar a criar uma nova comissão.

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