A comissão parlamentar de orçamento e finanças aceita o pedido do governador do Banco de Portugal para prestar novos esclarecimentos sobre o caso BES, na sequência de uma reportagem da SIC que volta a levantar dúvidas sobre a atuação do supervisor no processo que conduziu à resolução do Banco Espírito Santo em 2014, No entanto, ainda não está decidido se este exercício de contraditório pedido por Carlos Costa terá honras de uma audição autónoma, como defende a presidente da comissão, Teresa Leal Coelho, ou se será integrado numa audição que já tinha sido pedida pelo grupo parlamentar do PCP.

Neste pedido, apresentado a 25 de janeiro, ou seja antes da data de transmissão da reportagem da SIC o PCP pede audições da ex-ministra das Finanças, Maria Luís Albuquerque, e de Carlos Costa. Em causa está o esclarecimento várias matérias que resultaram da decisão de resolução do BES em 2014 e da solução que criou o Novo Banco, incluindo a venda desta instituição que está numa fase final e o impacto financeiro para os contribuintes. Daí o pedido de audição dos dois principais responsáveis políticos por esta solução.

Miguel Tiago do PCP invocou o requerimento para pedir que a audição pedida pelos comunistas seja marcada o quanto antes e da qual não abdica. O deputado admite permitir a Carlos Costa iniciar a audição com os esclarecimentos que pretende dar, na sequência da reportagem transmitida na semana passada pela SIC, intitulada Assalto ao Castelo. Teresa Leal Coelho remete contudo a decisão para a resposta do governador, considerando que os âmbitos são distintos. A decisão final deverá ser tomada esta quarta-feira, sendo que os deputados reconhecem a urgência de ouvir Carlos Costa, o que poderá acontecer ainda esta semana — na quinta ou na sexta-feira.

Banco de Portugal já saberia dos riscos nove meses antes da queda do BES

Na carta enviada esta semana à comissão parlamentar de orçamento e finanças, Carlos Costa assinala que a sua é responsabilidade como governador prestar contas e proteger a confiança do público na supervisão bancária. O governador diz ainda que pretende repor a verdade e esclarecer factos que foram transmitidos numa reportagem da SIC.

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